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Caminhos da Repórtagem deste domingo aborda a sĂ­ndrome de burnout

Uma síndrome específica do mundo do trabalho, que é resultado de níveis devastadores de estresse: trata-se da síndrome de burnout. O termo,...

Por PH em 24/10/2021 às 16:23:58
Foto : Divulgação

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Uma sĂ­ndrome especĂ­fica do mundo do trabalho, que é resultado de nĂ­veis devastadores de estresse: trata-se da sĂ­ndrome de burnout. O termo, traduzido do inglĂȘs, significa queimar completamente. O programa da TV Brasil Caminhos da Reportagem deste domingo vai mostrar como o excesso de trabalho leva ao burnout, os sintomas e tratamentos da sĂ­ndrome e exemplos de quem passou por isso e mudou de vida.

O diagnóstico de burnout surgiu, pela primeira vez, em 1974 e, desde então, atinge cada vez mais pessoas. No Brasil, estima-se que 32% da população sofre com a sĂ­ndrome. O paĂ­s só perde para o Japão, onde 70% da população sente os efeitos do esgotamento profissional.

O psicanalista e professor da USP, Christian Dunker, explica que o burnout não acontece porque vocĂȘ passou um fim de semana sem dormir para entregar um projeto. "Quando vocĂȘ passa meses, quando vocĂȘ entra em anos fazendo isso, vocĂȘ começa a se arriscar a ter uma espécie de pane geral", diz ele.

Foi o que aconteceu com Duly Mittelstedt. Trabalhando sem parar como pianista e professora de piano, Duly diz que um dia o cérebro dela cansou de decodificar sons. Ela não conseguia ouvir nada. Precisou parar, fez musicoterapia e mudou o ritmo de vida para se recuperar.

A jornalista Izabella Camargo corria contra o tempo para dar conta de todas as funções. Descobriu que estava com burnout depois de passar por cinco especialistas para tratar 25 sintomas. Quando voltou da licença médica, foi demitida. Hoje ela dĂĄ palestras de prevenção ao estresse no trabalho e tem uma vida mais equilibrada.

Em 2022, por determinação da Organização Mundial da SaĂșde, o burnout passa a fazer parte da nova Classificação Internacional de Doenças. O que, de acordo com Ana Maria Rossi, psicóloga e presidente do ISMA Brasil, trarĂĄ muitos benefĂ­cios. "Em primeiro lugar, para o empregado, para o trabalhador, que poderĂĄ subsidiar essa queixa de burnout, que hoje em dia ainda é muito superficial, ela não tem um embasamento legal", explica Ana Maria.

Pandemia

A pandemia aumentou o nĂșmero de pessoas no limite do estresse. Um levantamento do portal de saĂșde Pebmed mostrou que 83% dos médicos da linha de frente sofreram de burnout. O teletrabalho também piorou a situação de outros trabalhadores. As vidas pessoal e profissional acabaram se fundindo, o que levou muitas pessoas a fazerem jornadas mais extensas.

Segundo a coordenadora nacional de Igualdade, do Ministério PĂșblico do Trabalho, Adriane Reis, essa nova realidade atingiu ainda mais as mulheres. "Como no Brasil nós temos uma sociedade patriarcal em que a mulher ainda é vista como a responsĂĄvel pelos cuidados familiares e, nesse momento pandĂȘmico, houve fechamento de escolas, ficou muito mais complicado para as mulheres conseguirem compatibilizar a jornada profissional e a jornada familiar.", ressalta.

O diagnóstico da sĂ­ndrome ainda é um desafio, jĂĄ que muitos sintomas são similares aos da ansiedade e da depressão. Medicamentos para as duas doenças são, inclusive, usados no tratamento. Mas pesquisadores avaliam o efeito do canabidiol para os casos de burnout.

Quem jĂĄ passou por isso diz que medicamentos e terapias não são suficientes sozinhos. "Não adianta vocĂȘ tomar remédio, fazer terapia e continuar no ambiente estressor. Ou não adianta o ambiente mudar e vocĂȘ continuar com comportamentos nocivos para a sua saĂșde. Não tem problema nenhum vocĂȘ vestir a camisa da sua empresa, desde que vocĂȘ também vista o seu pijama, desde que vocĂȘ também vista uma roupa para fazer uma atividade fĂ­sica, desde que vocĂȘ também vista para uma atividade de lazer.", resume Izabella Camargo.

O programa Caminhos da Reportagem vai ao ar sempre aos domingos, às 20h. Clique aqui, para saber como sintonizar a TV Brasil em canal aberto, parabólica e por assinatura.

Ficha técnica

Reportagem: Flavia Peixoto

Produção: Claiton Freitas, Flavia Peixoto e Pollyane Marques

Apoio à produção: Julia Ballarini, Natalia Neves, Pablo Mundim

Imagens: André Pacheco

Apoio às imagens: Alexandre Nascimento, João Marcos Barboza, Sandro Tebaldi e Sigmar Gonçalves

Auxiliares técnicos: Alexandre Souza e Rafael Calado

Apoio ao auxĂ­lio técnico: ClĂĄudio Tavares, Dailton Matos e Rafael Carvalho

Edição de texto: Patricia Maia

Edição de imagens: Jerson Portela

Arte: Pâmela Lopes

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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