O episódio mais recente ocorreu no fim de semana por um homem que gritava que ele "havia transformado o altar em palanque político". No início do mês, um grupo de oito pessoas também hostilizou o religioso.
Allegri, que também atua na Pastoral da Rua, deve entrar no Programa Estadual de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (PPDDH) após pedido da Defensoria Pública e do Ministério Público do Ceará (MPCE).
Além dos ataques verbais nas missas, Allegri relatou que ele e outros religiosos da paróquia vem sendo ameaçados fisicamente através de mensagens de WhatsApp. Muitas das hostilizações partem porque o italiano é adepto da Teologia da Libertação, que coloca o pobre e o oprimido no centro da vida cristã.
Na noite de domingo (19), o governador do estado, Camilo Santana, também anunciou que uma investigação formal será aberta pela Secretaria de Segurança estadual por perseguição e crime de ódio.
Em declaração ao jornal "O Povo", o articulador paroquial Mario Fonseca, defendeu o sacerdote e suas homilias.
"Ele usou a sua palavra de sacerdote para denunciar uma necropolítica. As pessoas têm dificuldade de entender isso e acham que é um palanque político. Essa não é uma igreja apenas carismática que quer comprar um lote no céu e não está preocupada com o povo sofredor aqui na terra. Eles expressam indignação por falta de incompreensão do modelo de igreja libertadora, o que eles rotulam de comunismo", disse Fonseca à publicação.
Aos 82 anos, Allegri foi ordenado sacerdote em 1965 e, desde então, vem dedicando sua vida aos mais pobres. (com agência Ansa)