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Motorhome é paixão que une quem tem liberdade de morar na estrada

Por PH em 30/04/2023 às 13:50:32
Grupo

Grupo "CG Motorhomeiros" surgiu devido a afinidade pelo estilo de vida. (Foto: Paulo Francis)

Cidade do Natal virou ponto de encontro para famílias e amigos que tem casa sobre rodas.

Para quem escolheu ter uma casa sobre rodas, qualquer lugar da cidade, estado ou país vira quintal e extensão do lar. Quem compartilha o gosto por morar num motorhome sozinho ou com a família garante viver o sonho de uma vida.



Em Campo Grande, a Cidade do Natal virou ponto do 2º Encontro de Motorhomes e Campistas. Ônibus, micro-ônibus, vans, trailers e kombis vieram de diferentes municípios como Coxim, Três Lagoas, Anastácio e Ponta Porã, além dos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso.


Ao todo, cerca de 80 veículos estão estacionados no espaço que até domingo será ocupado pela turma que vive na estrada. Ronaldo Zuim, de 56 anos, é uma das pessoas que transformou o veículo em casa.


Veículos estão estacionados na Cidade do Natal. (Foto: Paulo Francis)

Veículos estão estacionados na Cidade do Natal. (Foto: Paulo Francis)

Comerciante de Campo Grande, ele adotou o estilo de vida na estrada há seis anos junto com a esposa Francisca Silva, de 52 anos. Com o Fiat Ducato, ele passeou por alguns destinos como Lagoa Santa (MG), São Francisco do Sul (SC), Canoas (RS) e Araçatuba (SP).



Mesmo tendo imóvel em Campo Grande, ele não consegue mais parar em casa. "É uma questão de opinião, bom senso", afirma. A decisão de ter o motorhome veio antes da aposentadoria que depois facilitou o plano de viver na estrada.


Ronaldo fala sobre a liberdade que conquistou e a facilidade de sempre fazer novos amigos. "A casa você fica preso dentro e essa não. Por onde você passa você conhece pessoas, como a gente diz nesse mundo do motorhome: "A casa é pequena, mas olha o tamanho do meu quintal", afirma.


Ronaldo fala sobre a oportunidade de viajar e conhecer outras pessoas. (Foto: Paulo Francis)

Ronaldo fala sobre a oportunidade de viajar e conhecer outras pessoas. (Foto: Paulo Francis)

Organizador do encontro, Nabor Coelho, de 59 anos, trabalha transformando veículos em motorhomes. O contato com esse mundo começou na infância através dos acampamentos que anos mais tarde o influenciaram na decisão de adaptar o micro-ônibus. "Desde moleque era campista de barraca de chão e foi pra trailler e depois motorhome", conta.


Além de reunir o pessoal, o encontro tem a finalidade de mostrar como funciona adaptar, ter e manter a casa sobre rodas. "Como é um local muito visitado, o pessoal vai estar conhecendo os carros, vendo os modelos. Para algumas pessoas é uma oportunidade para adquirir um e conhecer o estilo de vida", comenta.


Ricardo Stevaux, de 48 anos, precisou ir a Porto Alegre comprar um ônibus fabricado em 1986 que usa para rodar Campo Grande, Bonito, Rio Verde, Aquidauana e outras cidades. Durante a pandemia, ele adquiriu o motorhome que chama atenção por onde passa.


Ricardo relata como adquiriu o ônibus adaptado. (Foto: Paulo Francis)

Ônibus tem fogão, àrmarios, ar-condicionado e quarto. (Foto: Paulo Francis)

Ricardo relata como adquiriu o ônibus adaptado. (Foto: Paulo Francis)


Ônibus tem fogão, àrmarios, ar-condicionado e quarto. (Foto: Paulo Francis)

Cumprindo a promessa que fez antes de ter o veículo, Ricardo relata que deixa todo mundo conhecer o interior do veículo que leva na frente o adesivo "Meu sonho".



"Eu realizei meu sonho, porque antes era um sonhador. Uma vez queria ver o motorhome e o cara falou que não porque estava bagunçado. Naquele dia falei que quando tivesse um deixaria todo mundo olhar. Eu paro na Afonso Pena, Praça do Papa e vem um que passa e diz: "É meu sonho, posso ver?". Na frente dele coloquei: "Meu sonho", explica.


Um dos prazeres que ele sente é poder morar em qualquer lugar e se mudar quando quiser. "É a melhor coisa que tem, é tudo embutido, fácil de limpar, manter e eu paro onde quiser. Eu quero morar na Afonso Pena, eu paro na frente do shopping e tô morando na Afonso Pena sem pagar condomínio", destaca.


Amigos aproveitaram a tarde para almoçarem juntos. (Foto: Paulo Francis)

Amigos aproveitaram a tarde para almoçarem juntos. (Foto: Paulo Francis)

A liberdade, facilidade e oportunidade de estar em diferentes regiões faz parte dos relatos de quem optou em trocar a casa pelo motorhome. Na Cidade do Natal, o clima é de amizade e descontração da turma que se divide entre almoço, churrasco e conversas ao som de música.



O gosto em comum pela vida na estrada possibilitou a amizade do grupo "CG Motorhomeiros" composto por 14 integrantes entre eles: Elias Vieira da Silva, de 57 anos, Carlos Alberto Ferrer, de 61 anos, e Enio Motter, de 63 anos.


Segundo Enio, o grupo é uma "irmandade" que surgiu através da afinidade. "A gente resolveu montar um grupo só de Campo Grande que tivesse mais afinidade, porque são mais de 120 motorhomes na cidade. Todo mundo aqui é suporte, um ajuda o outro. Aqui não tem picuinha, vaidade, dinheiro, é curtir momentos alegres com os amigos", relata.

Na Cidade do Natal clima é de amizade entre participantes do encontro. (Foto: Paulo Francis)

Na Cidade do Natal clima é de amizade entre participantes do encontro. (Foto: Paulo Francis)

Desde os 14 anos, Enio sonhava em ter o motorhome que conquistou há quatro anos. O "Mensageiro" é a realização do sonho que ele compartilha com a esposa. "É uma conquista, uma alegria. A gente viaja, tem tranquilidade, para onde quer", fala.



Já Carlos levou oito meses para adaptar o primeiro veículo. Agora, ele adquiriu o segundo e segue viajando com a esposa e os dois cachorros. Quem também viaja em família é o casal Elias e Lucimar Figueiredo da Silva, de 55 anos.


Elias não sabe explicar em qual momento sentiu vontade de ter o motorhome, mas há quatro anos foi atingido pelo que chama de paixão. "Vamos dizer que é uma paixão que nasce do nada, você não sabe como começa e depois que entra nela não sai mais", ressalta.


Lucimar, Elias e a filha participam do encontro de motorhomes. (Foto: Paulo Francis)

Lucimar, Elias e a filha participam do encontro de motorhomes. (Foto: Paulo Francis)

Sem a companheira, ele garante que não seria possível ter o estilo de vida. Lucimar diz que após criar os filhos acampando, eles agora conquistaram maior autonomia com o veículo. "A gente sempre acampou de barraca, criamos os filhos em acampamento e agora com o motorhome é mais fácil, ficou muito bom", ressalta.

CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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