Canal 73

Ministro defende PEC dos BenefĂ­cios Sociais em audiĂȘncia com senadores

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu hoje (12) a Proposta de Emendas à Constituição (PEC) 1/22 que cria um estado de emergência para ampliar o

Por PH em 12/07/2022 às 16:53:23

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu hoje (12) a Proposta de Emendas à Constituição (PEC) 1/22 que cria um estado de emergĂȘncia para ampliar o pagamento de benefĂ­cios sociais. O texto que estĂĄ em tramitação na Câmara dos Deputados gera R$ 41 bilhões em despesas excepcionais, divididos entre benefĂ­cios sociais e econômicos e pode ser votado ainda nesta semana. A proposta substitui outra PEC que previa a criação de um fundo de estabilização para o preço dos combustĂ­veis.


Guedes disse que a PEC dos BenefĂ­cios Sociais é melhor do que a proposta do fundo de estabilização, que classificou como kamikaze (suicida) e que, nas contas do governo, custaria cerca de R$ 120 bilhões ao ano. Na avaliação do ministro, a medida que amplia os benefĂ­cios sociais, como o AuxĂ­lio Brasil e um voucher para caminhoneiros é um "exercĂ­cio de responsabilidade fiscal".


As afirmações do ministro foram feitas durante audiĂȘncia na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para tratar da polĂ­tica de preços do governo para os combustĂ­veis. Aos senadores, Guedes lembrou que a proposta do fundo de estabilização chegou a ser defendida por integrantes do governo no ano passado, mas ressaltou que, se tivesse sido aprovada, haveria impacto inflacionĂĄrio ainda maior para a população.


"Podemos, à frente, discutir vantagens e desvantagens de ter um fundo de estabilização de preços de combustĂ­veis. Mas não tenho a menor dĂșvida de que foi melhor evitarmos a PEC Kamikaze de R$ 120 bilhões naquela ocasião e trocar por um programa de transferĂȘncia de renda aos mais frĂĄgeis de R$ 40 bilhões, que custa um terço. Foi um exercĂ­cio de responsabilidade fiscal", disse.


Guedes criticou a concessão de subsĂ­dios para reduzir os preços dos combustĂ­veis e disse que a estratégia do governo de diminuir impostos federais e estaduais incidentes sobre os combustĂ­veis foi a mais acertada para a ocasião. "Nós não poderĂ­amos, mesmo antes da guerra [na Ucrânia], mesmo sem qualquer estado de emergĂȘncia, comprometer cerca de R$ 150 bi até este ano sob a forma de subsĂ­dios", destacou.


O ministro disse que havia um acordo proposto pelo governo para zerar impostos federais, como o PIS-Cofins, e estaduais, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), incidentes sobre os combustĂ­veis. Segundo Guedes, os governadores deixaram de cumprir o acordo em razão do aumento na arrecadação e que isso levou o governo a defender a aprovação da Lei Complementar 194/2022, que limitou a cobrança do ICMS de combustĂ­veis à alĂ­quota mĂ­nima de cada estado, que varia entre 17% e 18%.

De acordo com o ministro, somente após a diminuição dos impostos poderia ser feita a transferĂȘncia de renda para os "mais frĂĄgeis". "São transferĂȘncias de renda, não são subsĂ­dios para os senhores senadores, o ministro ou o presidente da RepĂșblica, para todo mundo usar [derivados de] petróleo mais baratos. Isso seria um erro dramĂĄtico do ponto de vista de polĂ­tica econômica. Seria socialmente regressivo, injusto com os mais frĂĄgeis."


O ministro foi questionado sobre a polĂ­tica de preços de combustĂ­veis da Petrobras, baseada na paridade com o mercado internacional e margem de risco e na distribuição de lucros e dividendos para os acionistas da empresa, em sua maioria estrangeiros. Para os senadores Esperidião Amin (PP-SC) e Jean Paul Prates (PT-RN), a polĂ­tica, ao lado da venda de ativos, como as refinarias, favoreceu acionistas e prejudicou a população.


"O próprio ministro falou aqui: 'é hora de repartir, de compartilhar'. A conta de estabilização que nós propĂșnhamos aqui fazia isso. No entanto, preferiu-se compartilhar apenas com o grupo de acionistas preferenciais e a própria União, que é acionista majoritĂĄria. Então, na verdade, vender a BR [distribuidora], vender refinarias, vender gasodutos só serviu para fazer um lucro que foi distribuĂ­do aos privados e a União", afirmou Prates.


Guedes disse aos senadores que discorda dos aumentos sucessivos no preço de combustĂ­veis em um curto espaço de tempo. Para o ministro, os aumentos seriam imprudentes. "Eu não gosto dos dois extremos. Acho que esses reajustes frenéticos são imprudentes, é preciso suavizar as curvas de variação de preço. Mas o outro lado, vocĂȘ sentar em cima do preço, também não dĂĄ certo", afirmou.

Fonte: EBC

Comunicar erro
Governo Agro

ComentĂĄrios

Assembleia Legislativa