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Câncer infantil: diagnóstico precoce pode resultar na cura de atĂ© 80%

Quando o assunto é câncer infantojuvenil, informação e diagnóstico precoces são as armas mais poderosas para chegar a cura. Apesar de, no...

Por PH em 03/04/2022 às 18:45:04
Foto : Divulgação

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Quando o assunto é câncer infantojuvenil, informação e diagnóstico precoces são as armas mais poderosas para chegar a cura. Apesar de, no Brasil, o câncer jĂĄ ser a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos (8% do total), o progresso no tratamento desse pĂșblico, nas Ășltimas quatro décadas, foi muito significativo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

"Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terĂĄ boa qualidade de vida após o tratamento adequado", diz o Inca.

Entre os tumores mais frequentes na infância e na adolescĂȘncia estão as leucemias (que afetam os glóbulos brancos) e os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfĂĄtico). Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovĂĄrios e os testĂ­culos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

Semelhança com doenças comuns

Segundo o diretor do Hospital de Amor Infantojuvenil, em Barretos (SP), Luiz Fernando Lopes, referĂȘncia no tratamento de câncer no paĂ­s, o maior problema do diagnóstico precoce por profissionais de saĂșde nesses casos é a semelhança dos primeiros sintomas com os de doenças comuns na infância.

"Um dos nossos grandes problemas é que crianc?as e adolescentes chegam aos centros especializados de tratamento com a doença em estĂĄgio avanc?ado por diversos fatores: desinformac?a?o dos pais, o medo do diagnostico e ate desinformac?a?o da equipe de saude", ressalta.

O médico aponta que sinais como caroços no pescoço, axila e virilha, gânglios que não somem, dores nas pernas que não passam e atrapalham as atividades das crianças, manchas arroxeadas e pintinhas vermelhas na pele, além de vômitos, dores de cabeça e perda de equilĂ­brio frequentes devem ser investigados.

Situações como aumento no tamanho da barriga e brilho branco em um ou dois olhos quando as crianças são fotografadas com flash também podem ser um alerta para alguns tipo de câncer infantil.

Informação

Em Barretos, o médico teve a prova de que informação pode fazer toda a diferença. LĂĄ, desde 2012, no mĂȘs de novembro, é realizada a Caminhada Passos que Salvam. Uma das importantes ações da campanha é a chance de que municĂ­pios participantes enviem um médico para realizar uma capacitação no Hospital de Amor. Esses profissionais passam a reconhecer os tumores precocemente e ficam em contato direto com os profissionais do hospital, permitindo que as crianças e adolescentes cheguem o quanto antes para tratamento, aumentando suas chances de cura.

"Graças à Passos que Salvam nós conseguimos reduzir em 20% o diagnóstico tardio e, com as próximas edições, acreditamos que vamos conseguir ainda mais! É uma mobilização que só nos traz ganhos!", disse o médico Luiz Fernando Lopes à AgĂȘncia Brasil.

A primeira edição da Passos que Salvam teve a mobilização de 19 municĂ­pios do estado de São Paulo e dois de Rondônia. Em 2019, 650 cidades, em 19 estados do paĂ­s, além de um grupo de brasileiros que reside em Londres, no Reino Unido, se uniram em favor dessa causa. Com a pandemia, as Ășltimas edições tiveram formato online.

Além da capacitação de médicos, o evento tem dois importantes focos. O primeiro é a conscientização da população sobre a existĂȘncia do câncer em crianças e adolescentes e a importância do diagnóstico precoce com alerta para os principais sinais e sintomas. O segundo é voltado para a captação de recursos com a venda de kits, ajudando a custear exames e procedimentos que não são financiados pelo Sistema Único de SaĂșde (SUS).

O Inca estima que para cada ano do triĂȘnio 2020/2022 sejam diagnosticados no Brasil 8.460 novos casos de câncer infanto-juvenis (4.310 em homens e 4.150 em mulheres). Os Ă­ndices correspondem a um risco estimado de 137,87 casos novos por milhão no sexo masculino e de 139,04 por milhão para o sexo feminino.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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