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Casamento com "Voldemort" Costa Neto incomoda parte dos bolsonaristas

Por ph em 09/11/2021 às 21:04:37
Foto : Reprodução

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Maioria da militância está minimizando a troca de partido e defendendo o pragmatismo de Bolsonaro, mas os insatisfeitos fazem barulho.

A iminência da filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL, partido liderado por um condenado no Mensalão, está causando desconforto no bolsonarismo mais "raiz". Não há militantes abandonando o barco publicamente, mas a proximidade de um casamento (para usar uma imagem muito usada por Bolsonaro) com o partido de Valdemar Costa Neto também não gera celebrações nem festa entre seus apoiadores. O que mais se encontra nas mídias sociais neste início de semana são bolsonaristas justificando a escolha do presidente, ou "passando pano", como se diz na linguagem das redes, mas também há aliados que exprimem descontentamento.

"Assim como Voldemort, Valdemar é um mestre da sobrevivência: manteve-se poderoso após todas as crises e escândalos da política brasileira nas últimas décadas", diz texto do site para fazer propaganda de uma live nas redes para debater o aprofundamento da aliança de Bolsonaro com o Centrão. A chamada lembra que Costa Neto já renunciou duas vezes a mandatos para evitar cassação, foi condenado no Mensalão e articulou o nome do empresário José Alencar como vice do ex-presidente Lula em 2002 e que, "passados 20 anos, Valdemar agora abriga Bolsonaro em sua provável candidatura à reeleição".

Outro site bolsonarista, mas que tem um histórico de críticas ao pragmatismo político do presidente é o Crítica Nacional, que publicou texto nesta terça assinado por seu editor, Paulo Enéas, avaliando que Bolsonaro venceu a eleição de 2018 "em cima de um programa baseado em valores e pautas de viés conservador, que mobilizaram a direita no país inteiro", mas que, na tentativa de reeleição, "fica cada vez mais evidente que esse tom ideológico estará ausente e que a aposta eleitoral será outra: a expansão do assistencialismo estatal".

Uma parte dos militantes ainda não quer acreditar que Bolsonaro vá mesmo se filiar a um partido comandado por um ex-mensaleiro e prefere esperar um anúncio oficial. É o caso de tuiteiros como José Mourão, que respondeu a uma crítica ao presidente com a esperança de que o partido proposto por Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil, ainda saia do papel a tempo – algo que nem Bolsonaro leva em consideração.

Reprodução/Twitter

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A maioria da militância bolsonarista, apesar de não estar soltando fogos nem declarando amor por Costa Neto, está agindo na internet para justificar a escolha do presidente, seguindo a linha que o próprio presidente lançou mais cedo nesta terça, em entrevista a outro site governista: "Se você tirar o Centrão, tem a esquerda, pra onde é que eu vou?".

Nesse movimento estão influenciadores como a youtuber Paula Marisa, que comentou, em vídeo postado no YouTube, que muitos reclamam sobre "Costa Neto, Centrão, Mensalão… Sim, concordo, mas vamos olhar os partidos do Brasil: temos algum partido conservador, de direita? Não. Temos esquerda e Centrão". Para ela, então, Bolsonaro "não tem muita escolha, é o que dá para fazer. Mas vamos ver se conseguimos colocar nomes conservadores no PL, no PP e tentar deslocar o Centrão para a direita".

Outro influenciador que abraçou a defesa de Bolsonaro usando até a frase do próprio foi o comentarista Rodrigo Constantino. Veja:

Reprodução/Twitter

Fantasmas do passado

Já internautas que não fazem parte da militância bolsonarista estão se divertindo com o resgate de manifestações antigas de apoiadores do presidente ou dele próprio fazendo críticas aos partidos do Centrão ou ao próprio Valdemar Costa Neto. Nesta segunda (8/11), o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, havia mostrado que o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, apagou post crítico ao presidente do PL no Twitter, esquecendo que o print é eterno.

Voltou à cena também a opinião que Bolsonaro tinha sobre o novo aliado em 2018:

Também de 2018, os internautas estão resgatando, nesta terça, essa postagem da deputada federal Bia Kicis (PSL/DF):

Reprodução/Twitter


Fonte: Hugo Barreto/Metrópoles

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