Os titulares da Casa Civil, Ciro Nogueira; da Secretaria de Governo, Flávia Arruda; e do Ministério da Cidadania, João Roma (Cidadania), tentam mobilizar as principais lideranças da Casa para convocarem suas bancadas a irem a Brasília. Nogueira disse a pessoas próximas que conta com a pressão de prefeitos sobre parlamentares de esquerda, contrários ao texto.
A PEC dos Precatórios, como confirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, é o 'plano A' do governo para bancar o Auxílio Brasil . A aprovação permitiria o 'calote' do governo, com boa parte dos gastos que seriam obrigatórios em 2022 sendo adiados, o que liberaria espaço no orçamento para bancar o programa social.
O presidente Jair Bolsonaro garante ter um plano B caso a PEC não passe mesmo com a força-tarefa montada pelo governo, mas não diz qual é. Segundo o repórter Igor Gadelha, do Metrópoles, seria decretar calamidade pública novamente por causa da pandemia , criando um novo 'orçamento de guerra', menos limitado em relação ao teto de gastos.
O Auxílio Brasl é atualmente a principal aposta de Bolsonaro para sua reeleição. A popularidade do presidente desabou na pandemia, sobretudo em 2021, mas chegou a ter alta em 2020 em função do auxílio emergencial. A ideia é, ao mesmo tempo, desassociar o ex-presidente Lula (PT) do principal programa social brasileiro - com a extinção do Bolsa Família - e dar sua cara, como o novo Auxílio, ainda recheado de incertezas.
A medida é criticada por ser 'eleitoreira' e temporária. As parcelas seriam de R$ 400 , mas só até o fim de 2022, pouco após as próximas eleições presidenciais. A partir de janeiro de 2023, já com um novo governo, não se tem clareza sobre o que aconteceria. Além disso, o fim do auxílio emergencial e a transição para o Auxílio Brasil jogará pelo menos 20 milhões de brasileiros no grupo dos que não têm assistência do estado, já que o novo programa seria pago apenas a 17 milhões de brasileiros, contra os quase 40 milhões de beneficiários do auxílio emergencial.
Fonte: iG