Nas próximas semanas acontecerá, em Glasgow/Escócia, um dos eventos mundiais mais aguardados do ano, a COP-26. Governos, iniciativa privada e terceiro setor aguardam ansiosos para saber o que o mundo decidirá nesse importante encontro que trata, dentre outros assuntos, das mudanças climáticas. Quando analisadas as páginas, as notícias oficiais do evento e, principalmente, as redes sociais do presidente da COP o espírito é: colaboração e cooperação. O mundo só encontrará uma solução se todos cooperarem.
A intransigência e a dificuldade de encontrar soluções colaborativas, que leva à invasão covarde de instituições, seja da Aprosoja ou qualquer outra, só geram desagregação. E não é disso que o mundo precisa nesse momento. O mundo precisa de colaboração, cooperação e diálogo. A busca por ações conjuntas é que vai apresentar a solução de problemas complexos.
Infelizmente ainda hoje, 118 milhões de pessoas e crianças, de acordo com a FAO, sequer conseguem atingir o mínimo de calorias necessárias por dia. Falar em proteína de qualidade então se torna outro desafio maior.
Ainda há a percepção de que o agronegócio é a larga escala. E não é, de acordo com o último Censo Agropecuário do IBGE, 70% dos estabelecimentos rurais do país têm até 50 hectares. O agronegócio representa todos os setores envolvidos com a produção de alimentos, fibra e bioenergia. Nesse ano de 2021, o Cepea espera que o agronegócio seja responsável por quase 30% do PIB do País, gerando 18 milhões de empregos.
Isso não é apenas dentro da porteira. O Agronegócio envolve a produção dentro da porteira, seja qual for a escala produtiva, o setor de insumos, de serviços e a agroindústria. São famílias, algumas que moram no meio rural, outras que já moram no meio urbano, mas todas envolvidas e empenhadas em garantir que o alimento chegue na mesa, não apenas dos brasileiros, mas de outros lugares do mundo.
Isso é cooperação. É uma ilusão pensar que o confronto acaba com a fome, precisamos de união para produzir. Juntos somos mais fortes, separados todos perdem. Inclusive a democracia.
*Luciano Vacari é gestor de agronegócios e diretor da Neo Agro Consultoria