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Órgãos do governo recomendam que WhatsApp adie nova polĂ­tica de privacidade

ANPD, Cade, Senacon e MPF enviaram recomendações ao WhatsApp e ao Facebook e pedem que o aplicativo atualize política, que entraria em vigor em 15 de maio, apenas...

Por PH em 07/05/2021 às 23:57:41
ANPD, Cade, Senacon e MPF enviaram recomendações ao WhatsApp e ao Facebook e pedem que o aplicativo atualize polĂ­tica, que entraria em vigor em 15 de maio, apenas após adoção das orientações. Seis perguntas sobre a nova polĂ­tica de privacidade do WhatsApp

Órgãos ligados ao governo federal recomendaram nesta sexta-feira (7) que o WhatsApp e o Facebook, dono do app, adiem mais uma vez a nova polĂ­tica de privacidade da plataforma de mensagens.

O documento foi produzido pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), o Ministério PĂșblico Federal (MPF) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Nele, as instituições pedem que o WhatsApp adie a data de vigĂȘncia de sua nova polĂ­tica, prevista para 15 de maio, enquanto não forem adotadas as recomendações sugeridas após as anĂĄlises dos órgãos reguladores.

A mudança na polĂ­tica de privacidade passou a ser comunicada no inĂ­cio de 2021 e prevĂȘ o compartilhamento de novos dados com o Facebook.

WhatsApp e Facebook: ENTENDA o compartilhamento de dados

Os novos termos do aplicativo prevĂȘem que dados gerados em interações com contas comerciais, como as de lojas que atendem pelo WhatsApp, poderão ser utilizados pelas empresas para direcionar anĂșncios no Facebook e no Instagram.

Embora o WhatsApp afirme que as novidades da polĂ­tica de privacidade estão centradas em interações com empresas, o novo texto indica a coleta de informações que não estavam presentes na versão anterior do documento.

Entre elas: carga da bateria, operadora de celular, força do sinal da operadora e identificadores do Facebook, Messenger e Instagram que permitem cruzar dados de um mesmo usuĂĄrio nas trĂȘs plataformas.

O aceite dos termos é obrigatório e o aplicativo detalhou nesta sexta (7) o que acontecerĂĄ com as contas que não derem o aval até o dia 15 de maio.

No documento enviado às empresas, Senacon, Cade, MPF, ANPD recomendam que o WhatsApp não restrinja funcionalidades do aplicativo caso as pessoas não concordem com a nova polĂ­tica.

Além disso, as instituições pediram que o Facebook não utilize dados obtidos a partir da plataforma de mensagens enquanto não houver o posicionamento dos órgãos reguladores.

As autoridades indicaram que a polĂ­tica de privacidade e as prĂĄticas de tratamento de dados apresentadas pelo WhatsApp podem representar violações aos direitos dos titulares de dados pessoais, que foram definidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde setembro passado.

Em comunicado, os órgãos disseram ter preocupações "com os potenciais efeitos sobre a concorrĂȘncia decorrentes da nova polĂ­tica" e sobre a "ausĂȘncia de informações claras sobre que dados serão tratados e a finalidade das operações de tratamento que serão realizadas."

As empresas devem enviar resposta às entidades sobre a adoção das recomendações até a próxima segunda-feira (10).

O G1 procurou o WhatsApp, que não se posicionou até a Ășltima atualização desta reportagem.

WhatsApp, Telegram e Signal: COMPARE os apps de mensagens

WhatsApp e Facebook poderão ler minhas mensagens?

Ícone do WhatsApp.

REUTERS/Thomas White

Não. A companhia afirma que todas as mensagens – de texto, ĂĄudio, vĂ­deo e imagens – são criptografadas de ponta a ponta, o que significa que somente o remetente e destinatĂĄrio podem ver a mensagem.

O aplicativo também ressalta que não mantém registros sobre com quem os usuĂĄrios estão conversando e que não compartilha listas de contatos com o Facebook, pontos vistos como preocupações de parte dos usuĂĄrios.

A nova polĂ­tica de privacidade, porém, deixa de garantir a proteção da criptografia em conversas com contas comerciais.

Imagine, por exemplo, uma grande varejista que ofereça atendimento pelo WhatsApp. Os atendentes não respondem por um celular, mas por ferramentas que gerenciam os chats.

Como existe um terceiro armazenando e gerenciando interações com empresas, o aplicativo não consegue garantir a criptografia ponta a ponta para essas conversas.

Veja dicas para proteger seus dados na internet

Fonte: G1

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