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DERF prende quadrilha travestis acusada de vários roubos na Capital

Por PH em 19/07/2023 às 18:02:59
Divulgação

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Policiais civis da DERF (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos) deflagraram na terça-feira (18/7), uma operação com o objetivo de prender integrantes de uma associação criminosa formada por travestis, que abordavam pessoas nas ruas, clientes ou não, e obrigava a fornecer cartões de bancos para que pudessem realizar transferências e compras.

A ação aconteceu em Campo Grande e resultou na prisão de quatro pessoas.

Após intensa investigação a DERF conseguiu identificar, localizar e capturar quatro integrantes do grupo criminoso, oriundo do Estado do Amazonas.

A investigação teve início a partir do registro de uma ocorrência na Depac, a qual a vítima narrou que um grupo de travestis teria entrando em seu veículo e o ameaçado, exigindo seus cartões de crédito e realizado transações em maquininhas de cobrança, realizando diversas compras e transferências para determinadas contas bancárias.

Diante da natureza dos fatos, o caso foi encaminhado à DERF.

Em diligências iniciais, investigadores constataram diversos outros boletins de ocorrência com a mesma forma de agir. As travestis, em tese, abordavam pessoas na rua e mediante violência ou ameaça, realizavam diversas transferências bancárias e compras com os cartões de crédito das vítimas, tendo como beneficiárias as mesmas contas bancárias e pessoas jurídicas.

Em continuidade às investigações, identificou-se que o CNPJ do lava jato que estava sendo beneficiado com essas transações ilícitas pertencia a uma pessoa de 24 anos.

Ainda durante as investigações, um novo boletim de ocorrência foi registrado na DERF, tendo a vítima relatado que três travestis o teriam ameaçado e pegado seu cartão bancário para realizar transferências, porém, como tais transferências não deram certo, as criminosas subtraíram seu aparelho celular, uma aliança e pulseira de ouro, além de R$ 250 em cédulas e demais objetos.

Diante de detalhes obtidos neste caso, foi possível identificar as demais envolvidas, apurando-se que todas as quatro residiam no mesmo local.

Perante a constatação do crime de associação criminosa, que é de natureza permanente, a equipe da DERF se deslocou até a residência das investigadas capturando as quatro integrantes do grupo. Nove maquininhas de cartão de crédito e diversos objetos identificados como produtos dos crimes de roubo cometidos pelas autoras, foram apreendidos.

Em interrogatório, todas as investigadas confessaram a prática dos crimes. Elas revelaram que passaram por um "treinamento" com outra travesti em Santa Catarina, que lhes ensinou o modo de agir para conseguir a subtração de valores de clientes através das máquinas de cartão, inclusive, disseram recusar pagamento dos programas em dinheiro, pois, assim frustraria parte do esquema criminoso, em que era necessário o acesso ao cartão da pessoa, para retê-lo e realizar as transações financeiras. Ainda disseram ter passado por outros Estados da Federação e terem procedido da mesma forma, antes de chegarem à capital sul-mato-grossense.

CNPJ

A líder disse que a partir desses treinamentos, criou uma pessoa jurídica com finalidade exclusiva de cometer crimes, solicitando máquinas de cartão de crédito vinculadas a tal empresa para receber os proventos da prática delituosa.

Confessou ainda que o modus operandi da associação criminosa consistia em iniciar um programa sexual com o cliente e no momento do pagamento do serviço, enquanto a vítima estava em situação de vulnerabilidade, pedia para a mesma pagar no cartão de crédito, proferindo ameaças e assim subtraindo mais valores da vítima. Vale ressaltar, que as vítimas eram escolhidas por elas de forma aleatória, independente de serem clientes ou não.

A maioria dos roubos ocorreu na Vila Progresso, na Capital.

Apurou-se ainda que a maioria das investigadas são soropositivo e possuem a ciência de tal fato, entretanto realizavam alguns programas sem o uso de preservativo. Diante dessa constatação, a Polícia Civil alerta para que possíveis vítimas procurem o sistema de saúde para realização de exames, e caso seja necessário, procurem novamente a DERF para fornecerem mais informações, tendo em vista que as autoras podem ser responsabilizadas criminalmente também por este fato.

A operação foi um desdobramento de outra realizada em fevereiro deste ano, onde a DERF identificou três travestis que praticavam roubos nesta capital, sendo duas delas presas na ocasião. Ao todo, foram presas seis travestis, todas do Estado do Amazonas, que vieram para o Mato Grosso do Sul com o intuito de praticar crimes.

A Polícia não descarta a possibilidade da existência outras vítimas e segue com as investigações para identificar a existência de outros membros do grupo.

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