Alvo de investigações no STF, ministro Ricardo Salles pede demissão
Por PH em 23/06/2021 às 17:30:21
Exoneração foi publicada; atual Secretário de Amazônia foi nomeado em seu lugar
BRASÍLIA — O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão nesta tarde ao presidente Jair Bolsonaro. O ato de exoneração foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O atual Secretário da Amazônia e Serviços Ambientais da pasta, Joaquim Álvaro Pereira Leite, foi nomeado em seu lugar.
Alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), Salles estava sob pressão e alegou motivos familiares para deixar o cargo, apesar do respaldo do Palácio do Planalto.
VEJA A TRAJETÓRIA DE RICARDO SALLES NO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão no dia 23 de junho ao presidente Jair Bolsonaro. O ato de exoneração foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O atual Secretário da Amazônia e Serviços Ambientais da pasta, Joaquim Álvaro Pereira Leite, foi nomeado em seu lugar Foto: UESLEI MARCELINO / REUTERSRicardo Salles foi alvo da operação Akuanduba, que fez buscas contra ele na sede do ministério e afastou presidente do Ibama, Eduardo Bim, por suspeitas de irregularidades Foto: Jorge William/Agência O GloboAinda ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acompanhou presidente em palanque montado durante motociata em São Paulo Foto: Amanda Perobelli / REUTERS - 12/06/2021O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles discursa ao lado do presidente Jair Bolsonaro durante manifestação de fazendeiros contra o Supremo Tribunal Federal e pelo fim das restrições para combater a Covid-19, em Brasília Foto: Evaristo Sá / AFPA Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou um pedido de esclarecimentos ao ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles sobre a acusação feita pela Polícia Federal de que ele atuou para obstruir uma investigação sobre desmatamento e favorecer madeireiros Foto: Reuters
Juíza federal no Amazonas manda PF devolver madeira apreendida por delegado que denunciou Salles. Decisão sobre operação Handroanthus, pivô de uma notícia-crime enviada por Alexandre Saraiva contra Ricardo Salles ao STFO ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente Jair Bolsonaro na Cúpula dos Líderes sobre o Clima convocada pelo presidente dos EUA, Joe Biden Foto: Reprodução/InstagramRicardo Salles participou da cerimônia de reabertura do Cristo Redentor em agosto de 2020 Foto: Alexandre Cassiano / Agência O GloboO ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, após coletiva para falar sobre a criação do Conselho da Amazônia e de uma Força Nacional Ambiental. No início de julho, ministro havia admitido estar "cansado" de comandar a pasta e que gostaria de migrar para outra área do governo Foto: Jorge William / Agência O Globo - 21/01/2020Salles integra o governo Bolsonaro como titular da pasta do Meio Ambiente desde o começo do mandato, em janeiro de 2019 Foto: Jorge William / Agência O Globo
Salles e o ministro do Meio Ambiente do Japão, Shinjiro Koizumi, durante a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP25), em Madri, Espanha, em dezembro de 2019. Críticas às políticas ambientais da gestão Bolsonaro vem colocando sob ameaça acordos comerciais internacionais, o que gerou a fritura do ministro brasileiro Foto: NACHO DOCE / ReutersGrupo de organizações ambientalistas lançou no dia 8 de julho um abaixo-assinado reforçando o pedido de afastamento do ministro, o que já havia sido feito também pelo Ministério Público Federal Foto: Jorge William / Agência O GloboDurante a reunião ministerial de 22 de abril, Salles sugeriu que o governo deveria aproveitar a pandemia para aprovar "reformas infralegais de desregulmentação e simplificação" na área do meio ambiente e "ir passando a boiada". Declarações geraram indignação entre entidades e organizações ambientais Foto: Marcos Corrêa / PRO ministro do Meio Ambiente e o presidente Jair Bolsonaro: Salles contava com apoio do presidente e da ala ideológica do governo Foto: ADRIANO MACHADO / ReutersEm 2019, Salles enfrentou duas crises em seu setor: as queimadas na Amazônia, que geraram protestos no mundo inteiro, e a crise dos resíduos de petróleo que atingiram principalmente o litoral do nordeste Foto: UESLEI MARCELINO / Reuters
Salles é alvo de investigação por improbidade administrativa. Em depoimento ao MPF, Rene Luiz de Oliveira, que comandava a Coordenação Geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, acusa o governo Bolsonaro de interferências indevidas para desmontar a fiscalização ambiental Foto: ADRIANO MACHADO / ReutersSalles durante solenidade do Programa Lixo Zero, da Agenda Ambiental Urbana, no Palácio do Planalto, em fevereiro deste ano Foto: Jorge William / Agência O GloboSalles, em fevereiro de 2019. Ministro postou em uma rede social sua primeira visita à Amazônia, junto de uma tribo indígena em Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso Foto: ReproduçãoSalles com Bolsonaro durante a cerimônia de posse do presidente, em 1º de janeiro de 2019 Foto: Daniel Marenco / Agência O GloboRicardo Salles fala sobre desmatamento da Amazônia à Comissão de Meio Ambiente Foto: Jorge William / Agência O Globo
Presidente Jair Bolsonaro acompanhado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, atendem apoiadores na saída do Palácio da Alvorada Foto: Jorge William / Agência O GloboPresidente Jair Bolsonaro e Ricardo Salles em evento do setor automotivo Foto: Edilson Dantas / Agência O GloboRicardo Salles durante coletiva sobre os dados do desmatamento na Amazônia Foto: Jorge William / Agência O Globo
Na terça-feira, Salles foi elogiado publicamente por Bolsonaro durante um evento no Planalto. Bolsonaro parabenizou Salles, disse que às vezes a herança do ministérios é uma "penca de processos" e afirmou que lamenta o tratamento dado "por alguns poucos desse outro Poder".
Parabéns, Ricardo Salles. Não é fácil ocupar seu ministério. Por vezes, a herança fica apenas uma penca de processos. A gente lamenta como por vezes somos tratados por alguns poucos desse outro Poder, que é muito importante para todos nós.
Salles é alvo de duas investigações no STF. Na Operação Akuanduba, deflagrada em maio, ele foi alvo de mandados de busca e apreensão e teve seus sigilos bancários e fiscal quebrados. Esse processo é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.
No início de junho, a ministra Cármen Lúcia autorizou a abertura de um inquérito para apurar se o ministro obstruiu as investigações de um esquema de desmatamento ilegal na região, a Operação Handroanthus, considerada a maior já realizada.
O ministro é o principal alvo da Operação Akuanduba, conduzida pela Polícia Federal, que apura crimes contra a administração pública — corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando — praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.
Mais de dez servidores do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama foram afastados pela operação, entre eles o preisdente da autarquia, Eduardo Bim.
A principal linha de investigação é que os funcionários do ministério e do Ibama atuaram favorecendo indevidamente empresas dentro da administração pública, o que pode caracterizar o crime de advocacia administrativa. Com essa operação, a PF busca provas do eventual pagamento de propina aos servidores.
A PF diz que um relatório financeiro elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou transações suspeitas envolvendo o escritório de advocacia de Ricardo Salles. Na decisão, Alexandre de Moraes escreveu que a movimentação financeira envolvendo o ministro do Meio Ambiente foi "extremamente atípica". Segundo o ministro, o escritório de advocacia de Ricardo Salles movimentou R$ 14 milhões entre janeiro de 2012 e junho de 2020, "situação que recomenda, por cautela, a necessidade de maiores aprofundamentos".
Na comemoração
dos 109 anos de
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Tradicional Feira
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Três Lagoas, a
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Lá se vão quase
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