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Presidente diz que proporĂĄ a Biden manter polĂ­ticas tratadas com Trump

O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (27) que quer manter as políticas definidas pelo governo brasileiro com o ex-presidente Donald Trump. Bolsonaro terá um...

Por PH em 27/05/2022 às 16:39:17
Foto : Divulgação

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O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (27) que quer manter as polĂ­ticas definidas pelo governo brasileiro com o ex-presidente Donald Trump. Bolsonaro terĂĄ um encontro com o atual presidente norte-americano, Joe Biden, na 9ÂȘ CĂșpula das Américas, a ser realizada de 6 a 10 de junho, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

"Terei uma audiĂȘncia bilateral com o Biden na CĂșpula das Américas para falar do Brasil e do que eu tinha tratado com [Donald] Trump [antecessor de Biden], para continuarmos essa polĂ­tica para o bem de nossos povos", disse Bolsonaro em discurso durante a 48ÂȘ Assembleia Geral ExtraordinĂĄria da Convenção Nacional das Assembleias de Deus do Ministério de Madureira (Conamad), em Goiânia (GO).

Bolsonaro acrescentou que, entre os Ășltimos chefes de Estado brasileiros é "o que mais respeita e admira o povo americano".

Alguns detalhes do encontro entre os dois presidentes foram adiantados em comunicado da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, após reunião entre Bolsonaro e o assessor especial do governo dos Estados Unidos (EUA) para a 9ÂȘ CĂșpula das Américas, Christopher Dodd, um ex-senador pelo Partido Democrata.

No comunicado, Dodd citou os temas principais que serão discutidos durante o evento e reforçou a importância da presença do Brasil. "A CĂșpula das Américas se concentrarĂĄ em algumas das questões mais importantes e compartilhadas de todo o hemisfério, como a garantia de que a democracia seja uma realidade para cada paĂ­s, nossas metas climĂĄticas compartilhadas, uma resposta mais colaborativa à covid-19 e a abordagem mais profunda do crime organizado e da instabilidade econômica."

Segundo Dodd, o Brasil tem muito a contribuir nestes temas com os demais presidentes dos paĂ­ses das Américas que participarão da CĂșpula. "Valorizamos muito a voz do Brasil enquanto discutimos soluções que ajudarão a construir vidas melhores para as pessoas do nosso hemisfério", disse.

Soberania

No evento, Bolsonaro também comentou sobre a conversa que teve com o presidente russo, Vladimir Putin, na viagem que fez à RĂșssia, em fevereiro. De acordo com o presidente, ele foi informado de que as grandes potĂȘncias tentaram colocar em pauta a questão da "relativização da soberania" brasileira sobre a Amazônia. A questão, segundo Bolsonaro, só não avançou graças à intervenção do presidente russo.

"Nós, militares, juramos dar a vida pela nossa pĂĄtria. Por vezes, temos que provar se o juramento foi ou não para valer", disse o presidente.

"Devemos, portanto, mostrar a todos que esse Brasil é nosso. Não podemos entregar a soberania a quem quer que seja", acrescentou.

"No encontro que tive com o Putin, ele disse que, na reunião das grandes potĂȘncias, começaram a discutir a relativização da soberania sobre a Amazônia. Ele, então, com o poder veto que tinha, disse que a Amazônia é dos brasileiros, e que esse assunto não entra em pauta", revelou o presidente brasileiro.

Bolsonaro acrescentou que muitos dos "outros que dizem estar do nosso lado", são exatamente aqueles que estão de olho na Amazônia. "Sabemos da importância dela e do que ela representa para o mundo. LĂĄ não tem girafas nem hipopótamos. O que eles querem são outras coisas".

O presidente defendeu que o paĂ­s adote uma estratégia diferenciada de uso das riquezas da Amazônia, de forma a agregar valor às riquezas naturais que lĂĄ se encontram. "Chega de entregar o que temos in natura. Chega de exportar navio de minério de ferro para recebermos canoa de laptops ou punhado de chips. Isso que exportamos é finito", argumentou.

Terras IndĂ­genas

Bolsonaro voltou a criticar o novo marco temporal para a demarcação de terras indĂ­genas, assunto que estĂĄ sendo apreciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O STF iniciou, em agosto do ano passado, o julgamento de uma ação que pode ampliar o nĂșmero de terras indĂ­genas no paĂ­s, para além das ocupadas ou em disputa judicial na data de promulgação da Constituição de 1988.

"O STF começou a votação, que estĂĄ em 1 a 1, para rediscutir um novo marco temporal para as questões indĂ­genas. Pela Constituição de 1988, as terras indĂ­genas são de quem as ocupava naquele ano. Esse novo marco temporal diz que se um indĂ­gena ocupar o sĂ­tio de vocĂȘs, hoje, o sĂ­tio passa a ser terra indĂ­gena", disse o presidente à plateia da Conamad.

Ele disse ter "centenas de pedidos de demarcação de terras indĂ­genas" posteriores a 1988 em sua mesa. "Eu poderia dar prosseguimento, mas estou cumprindo a Constituição".

Duas alternativas

"Agora presta atenção no que vou falar: se o STF decidir pelo novo marco, essas centenas de pedidos para demarcar terra indĂ­gena terão de ser colocados para a frente. Isso significa remarcarmos o equivalente a uma Região Sul do Brasil", disse Bolsonaro. "E, pela localização geogrĂĄfica dessas ĂĄreas, anulamos uma outra ĂĄrea do tamanho do estado de São Paulo. Ou seja, acaba com nossa economia e com nossa segurança alimentar", acrescentou.

"Só me sobram então duas alternativas: pegar as chaves da PresidĂȘncia, me dirigir ao presidente do STF e falar para ele administrar o Brasil, ou dizer: não vou cumprir", completou.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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