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Semana de Arte Moderna de 1922 abriu as portas para a arte brasileira, diz professora

Na última quinta-feira, 17, a Semana de Arte Moderna de 1922 completou 100 anos. A série de eventos aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias...

Por PH em 19/02/2022 às 11:29:42
Foto : Divulgação

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Na Ășltima quinta-feira, 17, a Semana de Arte Moderna de 1922 completou 100 anos. A série de eventos aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922. O movimento teve poetas, escritores, escultores, pintores e jornalistas da elite paulistana como personagens principais e tinha como objetivo mudar a cara da arte brasileira que até então vivia sob influĂȘncia das vanguardas artĂ­sticas europeias por causa da colonização. Diversos nomes importantes da cultura brasileira na época foram protagonistas do evento, como MĂĄrio de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti del Pichia e Zina Aita, além de Manoel Bandeira, que não participou diretamente, mas teve sua obra lida no local. Segundo Sibele Siqueira dos Santos, professora de Arte e História da Rede PĂșblica de São Paulo, a semana de Arte Moderna de 1922 foi essencial para "abrir as portas para a arte brasileira" e para o reconhecimento dos nomes que, hoje, estão entre os maiores de nossa história.

"Se a gente não tivesse tido uma semana de 22, uma Anita Malfatti que levantasse o estandarte do movimento modernista, do expressionismo, uma Tarsila, um Oswald, um MĂĄrio de Andrade, o Brasil não reconheceria sua própria cultura. Isso porque muitas obras feitas pelos artistas da Semana de 22 e muitas das poesias e textos trazem em si toda essa cultura que fica muita vezes escondida porque é de uma cidade do interior ou é de uma lĂ­ngua que a gente não fala. Hoje, a gente tem uma pluralidade cultural muito grande", diz Sibele. "Hoje, o artista brasileiro pode ser reconhecido, ao meu ver, graças aos eventos que ocorreram durante a semana de 22, porque ela foi a forma dos artistas falarem que sabem produzir uma arte "que é nossa" e que sabiam falar do próprio paĂ­s, mesmo influenciados pelas estéticas da vanguardas da Europa", completa.

Como professora de artes, Sibele também afirma que é importante que a Semana de 22 continue sendo celebrada e estudada, visto o grande impacto cultural dela para o Brasil atual. "Resgatar a memória, não só a artĂ­stica de entender quem é Tarsila e de quem é Anita, mas fazer com que os alunos e com que o pĂșblico em geral veja como é bonito quando temos a valorização da nacionalidade. De vocĂȘ poder observar uma obra que é feita por alguém que estĂĄ dentro de seu paĂ­s. A gente tem esses artistas, nesse primeiro momento, que são muito próximos a nós e às vezes a gente não consegue enxergar isso. Dentro do ensino e da divulgação, a Semana de 1922 e o modernismo no Brasil, no geral, é um tema que não tem que ser apagado. Não tem que ser comemorado quando completa 100 anos. Ele tem que ser comemorado todo ano, lembrado todas as vezes. Ele tem que ser estudado e relido de vĂĄrias formas", concluiu a docente.

Fonte: JP

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