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Câmara aprova projeto que atualiza Código Penal Militar

A Câmara dos Deputados aprovou hoje (17) o Projeto de Lei (PL) 9432/17 que modifica o Código Penal Militar (PL 9432/17). Entre outros pontos, o projeto traz...

Por PH em 17/02/2022 às 16:02:49
Foto : Divulgação

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A Câmara dos Deputados aprovou hoje (17) o Projeto de Lei (PL) 9432/17 que modifica o Código Penal Militar (PL 9432/17). Entre outros pontos, o projeto traz alterações em penas e tipificação de crimes, inclui no código o crime de trĂĄfico de drogas e prevĂȘ que militares responderão na justiça comum por crimes sexuais ou praticados com violĂȘncia doméstica e familiar contra a mulher, desde que "em lugar não sujeito à administração militar". O texto agora segue para anĂĄlise do Senado.

Antes da votação, o relator, deputado General Peternelli (PSL-SP), apresentou uma emenda substitutiva global ao projeto retirando do texto o chamado "excludentes de ilicitude", das definições extras para a legĂ­tima defesa. A retirada do trecho possibilitou a votação consensual do projeto.

O trecho excluĂ­do determinava que não haveria crime quando um militar agisse para prevenir "injusta e iminente agressão a direito" durante enfrentamento armado. Peternelli argumentou que retirou o trecho porque o excludente jĂĄ havia sido rejeitado na Câmara durante a votação do denominado "Pacote Anticrime".

"Acatamos propostas para retirada de dois artigos sobre a legĂ­tima defesa, acatamos outras sugestões", disse.

O relator incluiu também uma emenda para que os casos de violĂȘncia sexual, doméstica e familiar contra a mulher sejam julgados pela justiça comum desde que não ocorram "em lugar não sujeito à administração militar".

A deputada Erika Kokay (PT-DF) disse que a inclusão da emenda foi um avanço na defesa dos direitos das mulheres e ajudou na votação consensual do projeto.

"Ainda que seja um crime cometido por militares e a vĂ­tima seja militar, ainda nestas circunstâncias não podemos impedir que a legislação, como a Lei Maria da Penha e a legislação que existe, elas possam ser aplicadas e que isso não seja considerado crime militar com apreciação da Justiça Militar. Achamos isso um avanço importante na luta pela defesa dos direitos das mulheres", disse a deputada.

O relator também excluiu do Código Penal Militar a previsão de pena de detenção de dois meses a um ano se o militar criticar publicamente qualquer resolução do governo. Segundo ele, essa mudança se justifica porque "a Constituição estabelece como direito fundamental a liberdade de manifestação".

O projeto prevĂȘ ainda pena de reclusão de cinco anos a 15 anos por trĂĄfico de drogas, que não constava na versão anterior do código. Na terça-feira (15), a Justiça Militar da União condenou a 14 anos e seis meses de prisão o sargento da AeronĂĄutica Manoel Silva Rodrigues por trĂĄfico de drogas. O sargento foi flagrado com 37 quilos de cocaĂ­na pura em Sevilha, capital da Espanha, ao desembarcar de uma aeronave militar, em 2019. Como o Código Penal Militar não previa o crime internacional de drogas, Rodrigues foi condenado com base na Lei de Drogas.

Além disso, o projeto também pune o militar que apresentar ao serviço sob o efeito de substância entorpecente com reclusão de até cinco anos, mesma pena hoje aplicada para o crime de produzir ou vender drogas em ĂĄrea sob gestão militar.

O deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) defendeu a atualização do código de 1969. Segundo Gonzaga, a iniciativa é uma demanda antiga dos militares.

"Esta atualização do código é uma demanda de todos os órgãos das Forças Armadas, do Superior Tribunal de Justiça Militar, das justiças militares estaduais, das polĂ­cias militares e dos Corpos de Bombeiros", explicou.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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