Assembleia Legislativa

Pode haver efeito dominó de entrega de cargos, diz líder de servidores públicos federal

Por PH em 25/12/2021 às 21:16:52
Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da CondsefCredit...Foto: Lucio Bernardo Jr

Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da CondsefCredit...Foto: Lucio Bernardo Jr

Após o Congresso aprovar o Orçamento de 2022 com a previsão de reajuste salarial apenas a policiais, pode haver um "efeito dominó" de entrega de cargos de servidores, de acordo com o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva.

"É lamentável que o Congresso Nacional tenha se submetido a essa chantagem do presidente da República e do ministro da Economia, Paulo Guedes. E, além disso, rifar praticamente mais de 95% do conjunto do funcionalismo. É um absurdo", disse Silva ao Broadcast Político.

O sindicalista disse que não é contra o reajuste a policiais, mas defendeu elevação dos salários de todo o funcionalismo público. "A categoria de policiais federais e penitenciários, não são categorias que têm remuneração ruim", afirmou. "Em torno de 90% dos servidores estão com seus salários congelados e são chamados de parasitas pelo ministro da Economia", criticou.

Como o Broadcast Político mostrou hoje, funcionários do Banco Central já discutem uma eventual entrega de cargos como resposta à peça orçamentária aprovada no Congresso. O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, disse que há chance real de uma debandada. Ele ainda criticou a decisão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), referendada pelo relator-geral do Orçamento de 2022, Hugo Leal (PSD-RJ), de oferecer o aumento só para os policiais. "Reajustes salariais devem ser para todas as carreiras", defendeu.

Mais cedo, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) já havia informado que os auditores começaram a entregar cargos. De acordo com o presidente do Sindifisco, Kleber Cabral, o Orçamento de 2022 traz um corte nas verbas da Receita de cerca de R$ 1,2 bilhão para custear o reajuste dos policiais.

Silva também criticou o valor do fundo eleitoral aprovado pelo Congresso para 2022, que ficou em R$ 4,9 bilhões. "No ano que vem, vamos fazer uma campanha de sensibilização dos funcionários públicos para que carimbem esses parlamentares que são os carrascos do funcionalismo público", disse. Ele também se posicionou contra a Reforma Administrativa.

Reajuste a policiais

No Orçamento do ano que vem, foi incluída uma previsão de R$ 2 bilhões para reajuste salarial a policiais federais. Desse total, o impacto nas despesas primárias do governo é de R$ 1,7 bilhão. A reestruturação das carreiras da segurança pública com aumento de remuneração foi uma demanda de Bolsonaro e representa uma derrota para a equipe econômica. Serão contemplados servidores da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Fonte: JB

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