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Tolentino diz não ter relação com FIB Bank e Ă© desmentido na CPI

Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, por Edilson Rodrigues/Agência SenadoProcuraçãoAo responder a um questionamento do relator do colegiado, Renan...

Por PH em 14/09/2021 às 16:57:27
Foto : Reprodução

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Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, por Edilson Rodrigues/AgĂȘncia Senado

Procuração

Ao responder a um questionamento do relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), o advogado disse não existir nenhuma procuração para que ele represente a FIB Bank. Calheiros contestou a afirmação e exibiu vĂ­deo e documentação que indicam que, em 2011, a Benetti Prestadora de Serviços passou procuração dando plenos poderes a Tolentino para representar legalmente uma empresa sócia da FIB Bank, a Pico do Juazeiro.

Ainda sobre a ligação de Tolentino com o FIB Bank, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou que não existe no direito brasileiro uma procuração com poderes irreversĂ­veis e absolutos, o que "caracteriza que a pessoa passa a ser proprietĂĄria".

"VĂĄrias matérias apontam que Tolentino é o verdadeiro dono da FIB Bank, sendo o sócio oculto da empresa e, por ser amigo direto do deputado Ricardo Barros, teria facilitado a emissão da carta fiança a favor do contrato da Precisa Medicamentos [para compra da Covaxin] e de outros contratos no Ministério da SaĂșde ", concluiu o senador Renan Calheiros.

Negociações

Segundo o relator, Tolentino é representante, procurador ou administrador das empresas FIB Bank, Pico do Juazeiro e MB Guassu, em carĂĄter irretratĂĄvel, sem a obrigatoriedade de prestação de contas. O que, para ele, também caracterizaria a propriedade de Tolentino sobre as empresas.

O depoente negou qualquer participação nas negociações sobre a Covaxin. "Eu estava totalmente fora de qualquer atividade que possibilitaria qualquer participação, interferĂȘncia, no ato correspondente à compra, negociação da vacina Covaxin", afirmou.

Marcos Tolentino também falou da relação com o lĂ­der do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), investigado pela CPI. "Sobre minha ligação com o deputado Ricardo Barros, cabe declarar que se trata de um conhecido hĂĄ muitos anos, desde que morei em Curitiba. Sendo que até hoje mantenho vĂ­nculo de respeito, amizade, nada mais do que isso", afirmou Tolentino à CPI. A comissão investiga também se Barros tem ligação com a Precisa e se o deputado estĂĄ envolvido em irregularidades na negociação da Covaxin. O parlamentar nega as acusações.

Tolentino acrescentou que conheceu o presidente da RepĂșblica, Jair Bolsonaro, quando o presidente da RepĂșblica ainda era deputado federal. Segundo ele, os dois estiveram juntos em encontros "meramente casuais".

Em relação aos filhos do presidente, Marcos Tolentino afirmou conhecer o senador FlĂĄvio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de eventos polĂ­ticos e sociais. Tolentino disse não conhecer Jair Renan Bolsonaro.

Convocação

O depoimento de Tolentino aos senadores estava marcado para o começo de setembro. O empresĂĄrio informou que havia sido internado no Hospital SĂ­rio-LibanĂȘs, em São Paulo, com "formigamento no corpo" e não compareceu. A Justiça Federal do Distrito Federal decidiu que Tolentino poderia ser alvo de condução coercitiva caso não comparecesse ao depoimento, o que acabou não sendo necessĂĄrio hoje. Ele chegou ao Senado acompanhado de um médico e de um advogado. Amparado por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal ele se reservou o direito de ficar calado vĂĄrias vezes.

Suspensão

Durante a reunião de hoje a CPI aprovou um requerimento para que a Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) determine à União a suspensão de todos os contratos pĂșblicos que contarem com a participação do FIB Bank como garantidora fidejussória em negociações.

Os senadores também aprovaram uma solicitação ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que audite os contratos envolvendo a empresa.

Além disso, solicitou que a Casa Civil, Advocacia-Geral da União e o Ministério da Economia informe sobre todas as cartas fiança jĂĄ expedidas pela empresa FIB Bank em contratos com o governo federal.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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