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Esposa pagou R$ 20 mil para matar empresário; herança e amantes motivaram crime

Por PH em 20/08/2021 às 12:28:53
Foto : Divulgação

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Ana Cláudia Flor segue negando crime; demais envolvidos confirmam participação dela.

Ana Cláudia Flor, 38 anos, apontada como mandante do assassinato do esposo e empresário Toni da Silva Flor, baleado no dia 11 de agosto de 2020, em frente a uma academia de Cuiabá, prometeu R$ 60 mil aos demais criminosos envolvidos no homicídio. Deste valor, porém, ela pagou "apenas" R$ 20 mil.

De acordo com o delegado Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os autores do crime negociaram o valor com Ana Cláudia por meio de uma videochamada. O pagamento dos R$ 20 mil ocorreu em "espécie" no bairro Jardim Imperial, próximo a Viola de Cocho. O dinheiro usado para pagamento dos assassinos partiu das contas da própria vítima.

"Desses R$ 60 mil foram pagos R$20 mil diretamente para um dos envolvidos, que passou para o Ígor que tinha realizado o crime. Os outros R$ 40 mil não foram pagos", disse o delegado.

O delegado explicou que ouviu Ana Cláudia e os demais acusados durante todo o dia. Ele destacou que a viúva segue negando o crime, mas as evidências e os demais envolvidos o apontam como mandante. "Ana Cláudia nega conhecer os três. Mas, Igor, Wellington, e Dielinton "Maquê" disseram, numa acareação, que conhecem ela".

Sobre a arma do crime, informou que foi jogada no Lago de Manso. "O Wellington falou que foi uma forma de tentar apagar totalmente o crime. Ele passou de carro na região e jogou dentro do Lago do Manso", finalizou.

MOTIVAÇÃO

Ainda segundo o delegado, Ana Cláudia foi apontada como suspeita de ser mandante do crime desde o início das investigações. Ela tinha contato e relação de amizade com os demais suspeitos.

Conforme a investigação, a acusada também tinha amantes, "no plural", e a motivação poderia ser uma questão relacionada a herança. "A gente tem uma forte linha que a Ana Cláudia tinha amantes e também questões relacionadas à herança. Porque, logo após a morte da vítima, o procedimento de herança já estava adiantado de uma forma muito rápida", explicou.

Toni tinha uma empresa de representação comercial, responsável pelo abastecimento de diversos supermercados. "Era uma pessoa financeiramente estável, com salário entre R$ 15 e R$ 25 mil. Tinha carro, moto, investimentos, dinheiro em poupança e, consequentemente herança", acrescentou Oliveira.

CAPCIOSA

Na coletiva realizada após colher depoimentos dos quatro envolvidos no crime, o delegado ainda classificou Ana Cláudia como "dissimulada, ardilosa, enganosa". Isso porque, desde o crime, a suspeita vinha cobrando Justiça e lamentando a morte do marido nas redes sociais.

Porém, o delegado apontou que o comportamento dela era consideradoo "estranho" para a equipe policial. "Alguns fatos causaram estranheza, como, por exemplo, no dia da prisão do Igor, quando eu falei que ele tinha confessar e ela indagou se só a confissão era possível condenar alguém. Quer dizer, você espera uma conduta contrária de quem perde o marido, mas a conduta dela foi em defesa do criminoso", revelou.

Na sequência, ele citou que a mandante já planejava praticar outro crime. "Desde o início a gente já tinha essa linha de investigação, porque algumas coisas não encaixavam no próprio depoimento que ela deu aqui. Causou uma certa estranheza da equipe, que trabalha diariamente com isso, que chamamos de tino policial. A gente investigou e osso afirmar que a Ana Cláudia chegou a cogitar matar o Igor. O executor, que seria a principal pessoa que iria acusá-lo", explicou.

"Após o crime, nos procurou desesperada para saber se tinha imagens do local. E nós chegamos ao Igor, justamente por algumas imagens que tinha no local. A gente não vê esse tipo de conduta, como a pessoa vir todo mês na delegacia saber se tem suspeito ou não", acrescentou.

SUPOSTO ENGANO

O delegado também comentou sobre o fato de, logo após o crime, ser divulgado que o empresário morreu por engano e que o alvo seria, na verdade, um policial rodoviário federal. Ele, porém, explicou que, após ser baleado Toni foi à academia e conversou apenas com uma pessoa e, nessa conversa, não falou que o alvo seria outra pessoa. "Na verdade, ele fez uma indagação: 'será que não era fulano de tal', que tinha um carro da mesma marca que ele".

Porém, segundo o delegado, essa hipótese foi rechaçada desde o início das investigações.

Fonte: FOLHA MAX

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