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Dia Mundial de Combate ao Câncer busca conscientização sobre a doença

A leucemia, câncer de células do sangue, aparece mais na infância e adolescência - Inca/Divulgação/Direitos reservadosAs leucemias, em especial, podem

Por PH em 04/02/2023 às 09:09:44

A leucemia, câncer de células do sangue, aparece mais na infância e adolescĂȘncia - Inca/Divulgação/Direitos reservados

As leucemias, em especial, podem ser divididas em agudas e crônicas. "O que muda é o tempo de evolução e o aparecimento de sintomas", explica Baiocchi. Nas leucemias agudas, os sintomas e sinais surgem de maneira muito rĂĄpida. A doença aparece em qualquer faixa etĂĄria, mas é mais comum na infância e na adolescĂȘncia. Por ser de rĂĄpida evolução, apresenta, em geral, alterações no hemograma de instalação rĂĄpida, como anemia, baixa de plaquetas, com risco de hemorragia, e baixa imunidade, com risco de infecção. Associado a isso, a pessoa pode ter dores ósseas, aumento de gânglios e do baço.

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"Nas leucemias agudas, muitas vezes, o paciente vai para o pronto-socorro com uma dessas queixas: nariz que sangra, febre, fraqueza. E, no pronto-socorro, é identificada a possibilidade de uma leucemia aguda". JĂĄ a leucemia crônica tem sintomas mais insidiosos, diz o oncologista. Pode apresentar os mesmos sinais, como anemia, mas de maneira mais lenta. Diferente da leucemia aguda, que acomete mais crianças, a leucemia crônica é doença de idosos, encontrada em pessoas com idade média a partir de 60 anos.

Segundo Baiocchi, não hĂĄ como prevenir as leucemias. "Talvez a melhor forma de prevenir seja disseminar o conhecimento, mas não existe nenhum exame de prevenção ou que sugira o aparecimento de uma leucemia." Uma boa notĂ­cia é que, apesar de ser o câncer mais comum na infância, é o mais curĂĄvel hoje. "A gente cura mais de 90% das crianças com leucemia. Isso vem acontecendo nos Ășltimos dez anos, e cada vez mais".

Baiocchi ressalta, porém, que o conhecimento e o diagnóstico precoce facilitam a cura. Todo o tratamento da leucemia é baseado até hoje em quimioterapia, tanto no Sistema Único de SaĂșde (SUS) quanto na rede privada. Dependendo dos casos, a quimioterapia pode ser associada à imunoterapia. Não existe fator de risco para a leucemia, como são, por exemplo, o tabagismo e o alto consumo de ĂĄlcool para outros tipos de câncer. "Não é uma doença hereditĂĄria. É adquirida na infância e na adolescĂȘncia, mas sem causa definida. Até hoje não sabemos a causa da leucemia."

O médico defende a realização de campanhas de orientação, afirmando que, quanto mais se fala, menos mitos são criados. "É extremamente benéfico para a sociedade".

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima o surgimento de mais de 11 mil casos de leucemia no Brasil por ano, entre 2023 e 2025, englobando as populações infantis e adultas.

Câncer de pĂȘnis

Dados obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) junto ao Sistema de Informações Hospitalares do SUS revelam que 1.933 homens foram afetados pelo câncer de pĂȘnis de janeiro a novembro do ano passado e que houve 459 amputações do órgão masculino. Para esclarecer a população, a SBU realiza, pelo terceiro ano consecutivo, no mĂȘs de fevereiro, a campanha de prevenção e combate ao câncer de pĂȘnis.

A doença se manifesta por meio de ferida que provoca coceira, queimação, forte odor e que não cicatriza, mesmo com tratamento tópico. Muitas vezes, é confundida com infecções sexualmente transmissĂ­veis (IST). Durante todo o mĂȘs, médicos darão esclarecimentos sobre a doença, que é mutilante, nas redes sociais da SBU (@portaldaurologia no Instagram e Facebook). A entidade vai disponibilizar, também ao longo do mĂȘs, aulas para os agentes de saĂșde e o pĂșblico em geral. Em 2020, 463 homens morreram devido a esse tumor, informou a SBU.

Para o presidente da entidade, Alfredo Felix Canalini, essa campanha é importante por "suprir a deficiĂȘncia de informações adequadas e falar claramente sobre um problema tão contundente no paĂ­s". Uma mensagem simples, mas eficaz, diz respeito à higiene que o homem, desde menino, deve ter para lavar corretamente o pĂȘnis. Além disso, é preciso haver mais conscientização da necessidade da cirurgia para o tratamento da fimose, que ocorre quando não se consegue puxar para trĂĄs a pele que cobre a ponta do pĂȘnis, para que se possa lavar corretamente a região que fica encoberta por essa pele chamada prepĂșcio.

"Na campanha, também disseminamos informações para os profissionais que estão na atenção bĂĄsica à saĂșde, para que sejam os principais multiplicadores dessas importantes informações", reforça o presidente da SBU.


A diretora de Comunicação da SBU e uma das idealizadoras da campanha, Karin Jaeger Anzolc, afirma que o câncer de pĂȘnis é impactante não só pela mutilação e sofrimento que acarreta, mas também pela alta mortalidade que acompanha a doença nas fases mais avançadas. "Saber que é um dos cânceres mais prevenĂ­veis que existem e que, com medidas relativamente simples, podemos fazĂȘ-lo, é um alento. Porém, a conscientização e o conhecimento ainda não chegaram a uma boa parte da população, então, precisamos continuar, até que possamos reverter esse triste cenĂĄrio."

De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares do SUS, de 2007 a 2022, foram realizadas 7.790 amputações de pĂȘnis decorrentes de câncer, o que equivale à média de 486 procedimentos por ano. Os anos de 2019 e 2018 formam os que registraram maior nĂșmero de casos da doença, respectivamente 2.156 e 2.134. Conforme dados disponĂ­veis até novembro do ano passado, 2018 e 2019 tiveram também mais amputações do órgão masculino, 639 e 637, respectivamente. Os estados com maior registro de amputações, de 2007 a 2022, foram São Paulo (1.321), Minas Gerais (1.161), ParanĂĄ (633) e CearĂĄ (526).

Alfredo Canalini reitera que quatro ações ajudam na prevenção da doença. A primeira é a limpeza adequada do pĂȘnis com ĂĄgua e sabão, puxando o prepĂșcio para higiene da glande, que deve ser feita todos os dias e após as relações sexuais. Outras ações são tomar a vacina do HPV, disponĂ­vel gratuitamente no SUS para a população de 9 a 14 anos; retirar o prepĂșcio, quando essa pele que encobre a cabeça do pĂȘnis não permite a higienização correta; e usar preservativo para evitar contaminação por infecções sexualmente transmissĂ­veis, como o HPV.

Relevância

Neste Dia Mundial de Combate ao Câncer, a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) também coordena uma campanha contra a doença. A ação é reforçada pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à SaĂșde da Mama (Femama). A estimativa do Inca é de 704 mil novos casos anuais de câncer no Brasil até 2025, dos quais 74 mil serão de mama.

Monumentos em BrasĂ­lia, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Teresina e outras cidades serão iluminados de laranja e azul neste sĂĄbado (4) para alertar sobre a relevância da data, enquanto as 75 organizações não governamentais associadas à Femama realizarão ações para prestar esclarecimentos sobre a doença nas redes sociais.


A mastologista Maira Caleffi, fundadora e presidente voluntĂĄria da Femama e presidente do Conselho de Diretores do Instituto de Governança e Controle do Câncer, lembra que todas as pessoas devem ter acesso a serviços oncológicos essenciais e de qualidade, com base em sua necessidade, e não na capacidade financeira. "Conscientizar a população sobre isso e fazĂȘ-la exigir esse direito é uma das missões da Femama", diz Maira.

Igualdade

A campanha internacional tem como slogan Por Cuidados Mais Justos, o que envolve o acesso de todos à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento, independentemente da condição financeira e de origem.

Não é exagero afirmar que ter acesso ao diagnóstico e ao tratamento salva vidas, diz Maira. "Os nĂșmeros comprovam isso. Cerca de 70% das mortes ocorrem em paĂ­ses de baixa e média renda, considerando que apenas 30% deles tĂȘm serviços disponĂ­veis de tratamento de câncer. Entre os paĂ­ses mais ricos, 90% contam com essa estrutura. O câncer é uma doença que tem cura. Cerca de 95% dos pacientes que são diagnosticados precocemente obtĂȘm resultados muito positivos com o tratamento. É possĂ­vel, sim, pensar em um futuro sem morrer da doença". A médica alertou, entretanto, que, para que isso aconteça, "é preciso agir jĂĄ".


A campanha mundial sobre o câncer objetiva aumentar a conscientização global e incentivar ações que criem novas perspectivas aos pacientes em todo o mundo. Para Maira, uma das maneiras de contribuir com a campanha é divulgar informações de qualidade sobre prevenção, diagnóstico e tratamento, além de exigir acesso aos cuidados mais justos para todos.

Entre os cuidados preventivos, Maira recomenda o consumo de alimentos saudĂĄveis e a redução dos processados; evitar o sedentarismo e fazer exercĂ­cios com regularidade; não fumar, seja cigarro convencional, seja eletrônico; proteger a pele antes de expor-se ao sol e evitar o bronzeamento artificial; vacinar-se contra o HPV; reduzir o consumo de ĂĄlcool; evitar poluentes e produtos quĂ­micos e informar-se sobre os sinais e sintomas oncológicos.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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