Canal 73

Após ataques de bolsonaristas, Padre Zezinho desabafa e deixa as redes sociais

Por PH em 15/10/2022 às 19:46:56
Foto :Reprodução

Foto :Reprodução

Na publicação, o padre, que é integrante da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, denunciou ataques à ele, ao Papa Francisco e à Igreja Católica, todos feitos por seguidores de Jair Bolsonaro.

O primeiro dos padres a ganhar fama por meio das suas músicas, assim como mais tarde seriam conhecidos nacionalmente Marcelo Rossi e Fábio de Melo, o Padre Zezinho anunciou a saída das redes sociais por causa dos ataques que vem sofrendo por parte de bolsonaristas.

Nascido em Machado (MG), ele tomou a decisão após a celebração de Nossa Senhora da Aparecida, na última quarta-feira (2), quando o complexo da Basílica de Aparecida, em São Paulo, foi cenário de hostilidades de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, contra jornalistas, fiéis e até padres e um bispo.

Na publicação em que anunciou a saída das redes sociais, Padre Zezinho, que é integrante da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, denunciou ataques à ele, ao Papa Francisco e à Igreja Católica, todos feitos por seguidores de Jair Bolsonaro.

"Continuam a dizer que sou mau padre, que sou comunista e que sou traidor de Cristo e da Pátria porque ensino doutrina social cristã", escreveu o padre compositor, logo após as cenas de bolsonarsistas nos arredores da Basílica, alguns deles com copos de cerveja à mão, ganharem as redes sociais e as emissoras de TV.

No desabafo publicado no Facebook, o religioso disse estar cansado de dar espaço para os fiéis "super politizados, irados e insatisfeitos" e que, por isso, ficará sem se manifestar no ambiente virtual até o dia seguinte ao segundo turno, que será disputado por Bolsonaro e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 31 de outubro.

"Espero que estes católicos irados que desqualificam qualquer bispo ou padre que ousa ensinar um fiel a pensar como católicos consigam o que querem. Querem um Brasil direitista ou esquerdista, porque está claro que não aceitam nenhuma pregação moderada que propõe diálogo político, social e ecumênico", escreveu.

Em seguida, o padre cita as epístolas (cartas) de São Paulo a Timóteo sobre os cristãos de Tessalônica, cidade localizada na Grécia: "Não querem catequese, nem o Vaticano II, nem os documentos da CNBB, nem nenhuma orientação social e espiritual".

"Meus 81 anos, meus 56 anos de padre, meus 102 livros, minha cultura religiosa, minhas mais de 2 mil canções nada dizem para eles. Insistem que não lhes sirvo mais como padre e pregador para eles", e acrescentou: "Acharam candidatos mais católicos do que Papas e bispos, cujos documentos nunca leram. A Bíblia nada lhes diz. Só conhecem as passagens políticas que ajudem o seu partido. Padre bom é o que vota como eles", continuou o desabafo.

Por fim, o líder religioso disse que o desejo atual é por um Brasil direitista ou esquerdista e não cristão. "Está claro que não aceitam nenhuma pregação moderada que propõe diálogo político, social e ecumênico."

Padre Zezinho tem 94 livros escritos, 117 discos e 1.700 canções gravadas. Entre as mais conhecidas estão: Um Certo Galileu, Maria de Nazaré, Amar Como Jesus Amou, Oração pela Família, És Ãgua Viva e Maria da Minha Infância.



Fonte: O Tempo

Comunicar erro
Governo Agro

Comentários

Assembleia Legislativa