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Érika Hilton, travesti eleita deputada federal, superou traumas para se relacionar com homem trans

Por PH em 04/10/2022 às 10:54:08
Foto :Reprodução

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Érika Hilton é exemplo de empoderamento. A primeira travesti negra eleita deputada federal por São Paulo, recebeu nas eleições do último domingo, 257 mil votos. Mas nem sempre toda essa segurança e autoestima existiram. Para se relacionar afetivamente, ela atravessou um deserto.

Hoje namora o ator trans Gabriel Lodi, de 34 anos. Os dois se conheceram em 2018. Ela, ativista preta da periferia e ele, ator branco do interior. Apesar das diferenças, foi na vivência como pessoa transgênero que os dois encontraram conexão o relacionamento.

Érika Hilton
Érika Hilton Foto: Reprodução/Instagram

Eleita vereadora em 2020, Érika não se considerava alguém com sorte no amor. Antes de Lodi, a ativista passou por muitos episódios violentos e de sofrimento emocional, e se sentia fechada para relacionamentos românticos.

Gabriel Lodi e Érika Hilton Foto: Reprodução/Instagram

"O ano era 2018, e eu estava na 2ª Caminhada do Orgulho Trans, aqui em São Paulo. Eu vi o Gabriel lá, que é um homem trans. Mas não conhecia ele, então acabou que eu não me aproximei nem fiz nada naquele momento", contou Erika ao podcast "#existe amor.

Gabriel Lodi e Érika Hilton
Gabriel Lodi e Érika Hilton Foto: Reprodução/Instagram

Depois disso, a iniciativa de conhecer o dublador e ator partiu dela. Uma mensagem aqui, outra ali. Deu certo. Mas para que pudessem ficar juntos, foi preciso que Érika superasse os medos e traumas, se abrindo para essa nova forma amor, coisa que Gabriel conseguiu com disposição, empatia e cumplicidade. Juntos, criaram uma relação diferente da lógica dos relacionamentos passados dos dois e dos moldes impostos pela sociedade.

Érika Hilton
Érika Hilton Foto: Reprodução/Instagram

"Eu tenho um baú de traumas. Sou uma pessoa traumatizada pelos relacionamentos que já tive na minha trajetória, por ser mulher trans, travesti. Vivi relacionamentos abusivos, violentos! Fui expulsa de casa muito cedo. Vivi da prostituição a minha adolescência inteira e na prostituição a gente tem um grande vácuo sentimental, né? As pessoas trans, travestis, se transformam em objeto sexual, uma grande coisa que não deve receber afeto!", reflete.

Gabriel Lodi e Érika Hilton
Gabriel Lodi e Érika Hilton Foto: Reprodução/Instagram

Num futuro, o casal consegue se ver montando uma família fora dos padrões e distante das ideias socialmente atribuídas ao gênero de um e de outro: "Mas tem duas coisas que entram nesse escopo de sonhos futuros. Uma é a compra de um apartamento. Acho que a gente precisa ter um lar, uma casa. A gente mora de aluguel. Então, isso é um plano que a gente tem como casal. Porque não é sobre subjetividade, é sobre o que o casal pensa junto, né? O segundo sonho é um baby! Às vezes, penso que quero ser mãe. Isso também fica no horizonte, pode vir a acontecer, ou nunca acontecer, mas que acho que está dentro dos meus planos para a vida".

Érika Hilton e Gabriel Lodi

Fonte: Extra On Line

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