Nesta quinta-feira (29), a PolĂcia Federal deflagrou a "Operação Mamon" nas cidades de CorumbĂĄ (MS), Belo Horizonte (MG) e Quinta do Sol (PR), com a finalidade de desarticular uma organização criminosa voltada à lavagem de capitais.
Foram empregados 60 policiais federais para o cumprimento de quinze mandados de busca e apreensão. Simultaneamente, foi realizado o sequestro de quatro imóveis e de 61 veĂculos avaliados em aproximadamente em R$ 8 milhões.
De acordo com informações policiais, a ordem judicial também determinou suspensão de atividades econômicas de quatro empresas de fachada, além do bloqueio de valores em contas bancĂĄrias. Os mandados foram expedidos pelo JuĂzo da 5ÂȘ Vara Federal de Campo Grande (MS).
Segundo as investigações da PF, o grupo criminoso ostenta um elevado padrão de vida e se vale de um complexo esquema de lavagem de dinheiro, o qual envolve o sistema bancĂĄrio, operadoras de crédito, cheques, compra e venda de veĂculos, e transações em espécie.
Somente em 2020, os criminosos teriam movimentado mais de 20 milhões de reais. Além disso, ficou evidenciada a utilização de pessoas interpostas (laranjas) e empresas de fachadas para ocultação de bens e valores provenientes de diversos crimes como trĂĄfico de drogas e contrabando.
Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de capitais (art. 1Âș, caput, da Lei nÂș 9.613/98) e organização criminosa (art. 2Âș, caput, da Lei nÂș 12.850/13), cujas penas, somadas, podem ultrapassar 15 anos de prisão.
Mamon é transliteração da palavra hebraica "Mamom", a qual significa 'dinheiro' ou 'riquezas'. O termo é popular em estudos bĂblicos, os quais personificam Mammon como um dos sete prĂncipes do inferno, associado ao pecado capital da ganância. Segundo a teoria, aqueles que praticam ilĂcitos com o fim de acumular bens e ostentĂĄ-los, à exemplo do que fazem estes investigados, são ditos "servos de Mammon".