O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, aproveitou a CĂșpula Global de SaĂșde do G20 (grupo das 20 maiores economias mundiais), que ocorre hoje (21) de forma remota, para tentar atrair, para o Brasil, o investimento financeiro de empresas farmacĂȘuticas internacionais.
"Estamos prontos para firmar novas parcerias com empresas interessadas em produzir no Brasil, beneficiando-se de nossas instalações industriais, força de trabalho e experiĂȘncia no desenvolvimento, produção e distribuição de vacinas", disse França ao participar da abertura do evento que reĂșne lĂderes polĂticos do G20, chefes de organismos internacionais e empresĂĄrios.
Em seu discurso representando o Brasil no encontro, França declarou que a cooperação internacional serĂĄ essencial para que o mundo supere a pandemia da covid-19, e que as empresas farmacĂȘuticas tĂȘm um papel "essencial" neste processo.
"Para acelerar o processo global de vacinação e fortalecer o combate ao novo coronavĂrus, o Brasil defende a adoção de medidas concretas para fortalecer a produção internacional de vacinas, medicamentos e equipamentos em um grande nĂșmero de paĂses em desenvolvimento, bem como a facilitação de acordos e a transferĂȘncia de tecnologias", acrescentou o chanceler.
França acenou aos executivos farmacĂȘuticos estrangeiros destacando que o Brasil não só possui um dos maiores sistemas de saĂșde pĂșblica do mundo, o Sistema Ănico de SaĂșde (SUS), como tem projetos para ampliar a capacidade produtiva nacional, como o Complexo Industrial de Biotecnologia em SaĂșde que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin) estão construindo na zona oeste do Rio de Janeiro.
"Estamos investindo na aceleração de nossa capacidade produtiva com a construção do complexo do [bairro de] Santa Cruz, no Rio de Janeiro, que serĂĄ o maior polo biofarmacĂȘutico da América Latina. E também planejamos instalar, futuramente, no paĂs, um laboratório do mais alto nĂvel de biossegurança", comentou o ministro.
Admitindo que o Brasil ainda precisa de assistĂȘncia internacional para lidar com a pandemia, França agradeceu o apoio da Organização Mundial de SaĂșde (OMS) e dos paĂses que tĂȘm colaborado com vacinas, medicamentos, equipamentos e outros insumos hospitalares. Mas também criticou as desigualdades entre nações na distribuição dos suprimentos.
"Infelizmente, o acesso equitativo às vacinas, testes e tratamentos com que nós, membros [de organismos internacionais], nos comprometemos a fim de garantir que ninguém ficasse para trĂĄs, ainda não é uma realidade", lamentou França. "Enquanto alguns paĂses ricos tĂȘm abundância de vacinas, os paĂses menos desenvolvidos estão sofrendo as consequĂȘncias da pressão sobre seus sistemas de saĂșde, sem o mesmo acesso aos suprimentos e tratamentos existentes."
AgĂȘncia Brasil