De acordo com o jornal La Nacion, uma aeronave de pequeno porte foi roubada em um hangar em Lomo Plata, município situado no Chaco Paraguaio. O dono da aeronave relatou ter encontrado seis cartuchos de espingarda calibre 12 no local.

Os bandidos usaram seis tambores de combustível de 20 litros. Esse volume proporciona mais de 3 horas de voo para o avião Cessna, modelo 172, branco. Os policiais também informaram ao La Nacion que a principal suspeita é de que a aeronave foi roubada por traficantes de drogas da região.

Também na madrugada deste domingo, oito homens armados com fuzis invadiram um hangar em Foz do Iguaçu. Os criminosos renderam uma família em uma estância onde funciona uma empresa de paraquedismo e levaram um Cessna 207, matrícula PT-DWW.
Avião roubado em estância próxima à Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai Foto: Reprodução/TV
Avião roubado em estância próxima à Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai Foto: Reprodução/TV

Mortes elevam tensão

A fronteira do Brasil com o Paraguai vive uma escalada de tensão desde que uma chacina vitimou quatro pessoas em 8 de outubro, na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Desde então, ao menos dez assassinatos ocorreram na região que faz divisa com Ponta Porã, do lado brasileiro.

As vítimas foram executadas quando saíam de uma casa noturna. Elas estavam em um veículo de placas do Paraguai e os atiradores, em uma caminhonete. Segundo a polícia paraguaia, os suspeitos desceram da caminhonete, se aproximaram do carro, atiraram e fugiram. Todos os baleados morreram no local.

As vítimas foram identificadas como Haylee Carolina Acevedo Yunis, de 21 anos, filha do governador de Amambay, Ronald Acevedo, atingida com seis tiros; Omar Vicente Álvarez, de 32 anos, conhecido como "Bebeto", atingido por 31 tiros; Kaline Reinoso de Oliveira, de 22 anos, natural de Dourados, morta com 14 tiros e Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, de 18 anos, também brasileira, morta com 10 tiros.


Desde o dia do crime, autoridades paraguaias têm dito que o principal alvo da ação do sábado retrasado era "Bebeto", alvejado com 31 tiros. A polícia do país suspeita que o mandante do crime seja o traficante Faustino Román Aguayo Cabañas, de 44 anos.

Cabañas foi flagrado na última semana em uma cela VIP dentro de um presídio. Ele estava acompanhado da jovem Mirna Keldryn Romero Lesme, de 22 anos, supostamente sua namorada.

Segundo o jornal ABC Color, os investigadores do país vizinho também trabalham com a hipótese de crime passional para a chacina. Keldryn, de acordo com a publicação, seria ex-namorada de Bebeto.

No entanto, o prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, afirmou que a polícia paraguaia encobre o verdadeiro responsável pelas mortes. Ele acusou Marcio Sánchez Giménez, conhecido como "Aguacate", de ter ordenado a execução dos crimes.

- O verdadeiro mandante passeia pela cidade e a polícia não faz nada porque a "fruta" (em referência a "Aguacate", que significa abacate, em espanhol) suborna os oficiais. A polícia é corrupta - disse Acevedo.