"Tenho quatro filhos. Compra uma coisa, falta outra. Compra o gás, falta para comprar alimento para as crianças", contou. Antes, Rosangela morava de aluguel no Jardim Noroeste, onde recebia muita ajuda, mas precisou mudar para o terreno da sogra, no bairro Tarumã, por não conseguir pagar a casa. "Estou aqui, a vida vai indo", conta.
Mesmo sem poder trabalhar, ela faz um esforço e quando a situação aperta, sai com a filha maior para recolher reciclagem e juntar algum dinheiro para comprar alimento. "Quando não tem dinheiro, vou juntar ferro do outro lado da BR. O benefício do Bolsa Família não está ajudando muito, o gás está caro e vou fazer fogo na lenha", afirma.
Rosangela havia feito a inscrição para o programa Vale Renda, que migrou para o Mais Social. A notícia de que ela receberia o benefício foi dada nesta semana, à noite, quando estava em casa com a família. "Estava pensando essa semana nas coisas que estavam faltando em casa. A moça me ligou a noite dizendo que fui contemplada. Dei graças à Deus. Por isso é bom a gente ter fé em Deus, eu já estava apertada e pensado nessa neném sem leite. A outra ainda usa fralda", disse.
Emocionada, dona Rosangela deixou um recado para as pessoas que ainda não receberam o benefício. "Quem ainda não foi contemplado, que tenha esperança e muita fé em Deus". Com o cartão do Mais Social em mãos, ela já planeja comprar a carne que já não fazia parte do cardápio da família há um tempo. "Só estava no arroz e feijão, nem carne comprava mais por causa do preço. Estava comprando umas pelaquinhas", recorda.
Mais Social
O programa foi criado para atender as famílias em situação de vulnerabilidade social, insegurança alimentar e nutricional. São 100 mil famílias beneficiadas que receberão o cartão com R$ 200 para a compra de alimentos.
As equipes da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), que coordena o programa, realizam o contato com os beneficiários. O Governo do Estado iniciou a distribuição de 10 mil cartões nesta semana.