Desesperado com a possibilidade de Ricardo Nunes (MDB) ficar fora do segundo turno nas eleições em São Paulo, o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), principal fiador do atual prefeito, fez um apelo a Jair Bolsonaro (PL) para que entre na campanha em meio à debandada de aliados extremistas rumo à candidatura de Pablo Marçal (PRTB).
Em encontro com o ex-presidente durante passagem por Guarulhos na manhã desta terça-feira (2), Tarcísio fez um apelo dizendo que só tem um candidato que derrota Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno.
"A gente tem que mostrar isso. Tem muita gente enganada, que vai votar em um e vai levar o outro", disse o governador em ato no Bar Brahma após encontro com Bolsonaro, apontando uma provável vitória do candidato de Lula em segundo turno contra Marçal sinalizada em todas as pesquisas.
Ao lado de Silas Malafaia, que rompeu com Nikolas Ferreira (PL-MG) após o deputado gravar vídeo em apoio ao ex-coach nas redes, Tarcísio vê uma debandada de extremistas e aliados de primeira hora do ex-presidente subirem na candidatura de Marçal.
Após o deputado mineiro, Carla Zambelli (PL-SP), Zé Trovão (PL-SC) e outros próceres da horda bolsonarista assumirem o apoio a Marçal, nesta terça-feira (1º) foi a vez de Marco Feliciano (PL-SP) entrar na guerra religiosa ao lado do ex-coach.
Feliciano usou uma frase do próprio Malafaia para atacar o guru de Bolsonaro, que gravou diversos vídeos revelando "a verdade" e indagando Marçal sobre sua posição sobre o impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que seria a "principal bandeira da direita", segundo o pastor midiático.
"Nós vamos eleger um prefeito ou consagrar um pastor de igreja aqui em São Paulo? Pergunto isso porque a fé e a forma de crer em Deus de um candidato está sendo questionada. A fé de Pablo Marçal", inicia Feliciano.
"Porque cobram o posicionamento sobre impeachment de um ministro do STF de um candidato, mas não cobra o mesmo dos outros candidatos? Falo isso porque só um candidato é cobrado: Pablo Marçal", dispara Feliciano, em ataque direto a Malafaia, que faz o questionamento.
Ao final, Feliciano usou uma frase cunhada pelo próprio Malafaia em junto deste ano, quando pediu para Bolsonaro dar uma "prensa" em Tarcísio Gomes de Freitas em meio às investidas do mercado financeiro e da mídia neoliberal para o governador paulista encampar a candidatura da terceira via à Presidência em 2026.
À época, o guru também havia sido terceirizado - embora negue - por Bolsonaro para atacar o ex-ministro e deu entrevista à Folha de S.Paulo.
"Não sou moleque de recado de ninguém, tenho voo próprio. Sou aliado, mas não sou alienado e não sou bolsominion", disse Malafaia na edição de 4 de junho do jornal.
"Não é justo eu ficar calado, eu não sou covarde. Portanto, eu repito aqui a palavra de um homem muito sábio, que Deus sabe o quanto eu respeito: 'eu sou aliado, mas não sou alienado'", disse Feliciano ao partir para cima do guru de Bolsonaro.
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