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Tabagismo: técnicas eficazes e descobertas recentes revelam benefícios de parar de fumar em qualquer idade

Por PH em 18/02/2024 às 09:35:16
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Conheça estratégias promissoras na cessação do tabagismo em diferentes fases da vida.

As pessoas que param de fumar observam ganhos na expectativa de vida depois de alguns anos. A conclusão é de um novo estudo realizado por pesquisadores da Unity Health Toronto da Universidade de Toronto, publicado na revista científica NEJM Evidence.

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Pessoas que param de fumar antes dos 40 anos podem esperar viver quase tanto quanto aqueles que nunca fumaram. Os benefícios valem para indivíduos de todas as idades. Parar de fumar, independente da idade, equivale a uma longevidade semelhante à de pessoas que nunca fumaram 10 anos depois de largar o cigarro. Cerca de metade desse benefício ocorre em apenas três anos.

"Parar de fumar é eficaz na redução do risco de morte e as pessoas podem colher esses frutos de forma notavelmente rápida", disse Prabhat Jha, diretor executivo do Centro de Pesquisa em Saúde Global da Universidade de Toronto.

O estudo observacional incluiu 1,5 milhão de adultos em quatro países (EUA, Reino Unido, Canadá e Noruega), acompanhados ao longo de 15 anos. Os fumantes com idades entre 40 e 79 anos corriam um risco quase três vezes maior de morrer em comparação a aqueles que nunca fumaram, o que significa que perderam em média 12 a 13 anos de vida.

Os ex-fumantes reduziram o risco de morte em 30%, em comparação aos que nunca fumaram.

Os pesquisadores descobriram que parar de fumar reduz o risco de morrer de doenças vasculares e câncer, sobretudo. Os ex-fumantes também reduziram o risco de morte por doenças respiratórias.

No Brasil, diversos estudos têm sido realizados para compreender o que funciona e o que não funciona no processo de largar o tabagismo. Algumas abordagens têm se destacado como eficazes, enquanto outras nem tanto.

Mais de 100 mil pessoas procuraram alguma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) para parar de fumar em 2021. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número representa um aumento de 35% no atendimento nas unidades da Atenção Básica, centros de Atenção Psicossociais (Caps) e de Atenção Especializada, na comparação com 2020.

O que tem funcionado

A citisiniclina é um fármaco à base de plantas que se liga aos receptores de nicotina no cérebro, de modo a aliviar o desejo pela substância e, consequentemente, de fumar. Além disso, reduz a gravidade dos sintomas associados à abstinência. É um mecanismo semelhante à vareniclina, substância do Champix, da Pfizer, aprovada nos EUA e no Brasil para o combate ao tabagismo.

O apoio psicossocial tem sido identificado como fundamental para ajudar os fumantes a abandonar o hábito. Programas de aconselhamento comportamental, tanto individuais quanto em grupo, têm mostrado resultados promissores. Esses programas muitas vezes incluem estratégias de modificação de comportamento, técnicas de enfrentamento do desejo de fumar e apoio emocional para lidar com os desafios da abstinência.

Além disso, a terapia de reposição de nicotina (TRN) tem sido amplamente utilizada e reconhecida como eficaz. A TRN pode assumir várias formas, incluindo adesivos, gomas de mascar, pastilhas e inaladores, e ajuda a aliviar os sintomas de abstinência, como irritabilidade, ansiedade e vontade intensa de fumar.

O que não funciona tanto

Por outro lado, certos métodos têm mostrado resultados menos consistentes ou eficazes. Por exemplo, embora a acupuntura e a hipnose sejam frequentemente consideradas como opções alternativas para parar de fumar, as evidências científicas que apoiam sua eficácia são limitadas e inconclusivas.

Além disso, estratégias baseadas apenas na força de vontade, sem suporte adicional, geralmente têm taxas de sucesso mais baixas, uma vez que o tabagismo é uma dependência complexa que muitas vezes requer abordagens multifacetadas para superar.

Em resumo, os estudos no Brasil têm mostrado que o apoio psicossocial, a terapia de reposição de nicotina e certos medicamentos são eficazes para ajudar as pessoas a pararem de fumar. No entanto, é importante reconhecer que cada indivíduo é único, e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Portanto, é essencial que os programas de cessação do tabagismo sejam adaptados às necessidades individuais e que haja uma abordagem abrangente e personalizada para aumentar as chances de sucesso na cessação do tabagismo.

Fonte: G1

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